Notícia

Na África do Sul, pesquisadora lidera estudo sobre mudanças climáticas em sistemas oceânicos

Na Universidade da Cidade do Cabo, pesquisadora liderará esforço para investigar o oxigênio e a dinâmica biogeoquímica ao longo da margem oeste da África

Robyn Walker, UCT

Fonte

UCT | Universidade da Cidade do Cabo

Data

segunda-feira, 17 junho 2024 19:40

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Ciência Ambiental. Clima. Geociências. Geografia. Modelagem Climática. Monitoramento Ambiental. Mudanças Climáticas. Oceanografia. Saúde Ambiental. Sustentabilidade. Tecnologias.

Por meio do Instituto Virtual de Biogeoquímica Oceânica (OBVI), a organização Schmidt Sciences reunirá 60 cientistas de 11 países para conduzir pesquisas para avançar a compreensão da química oceânica e da resiliência dos ecossistemas marinhos em um mundo em rápido aquecimento. O OBVI prometeu US$ 45 milhões (cerca de R$ 244 milhões) para financiar pesquisas ao longo de cinco anos.

Na África do Sul, a Dra. Sarah Fawcett, professora do Departamento de Oceanografia e pesquisadora do Centro de Pesquisa Marinha e Antártica para Inovação e Sustentabilidade da Universidade da Cidade do Cabo (UCT) liderará um esforço para investigar o oxigênio e a dinâmica biogeoquímica ao longo da margem oeste da África, contando com uma parcela de US$ 9,5 milhões (cerca de R$ 51,5 milhões) daquele total.

A professora Fawcett explicou: “A oxigenação e a produtividade dos oceanos têm uma relação direta com a biota oceânica e o bem-estar humano. Seu futuro é altamente incerto, particularmente para águas tropicais e sistemas costeiros de ressurgência, como [aqueles que] ocorrem na margem oeste da África. Modelos climáticos sugerem que zonas hipóxicas (águas com baixo teor de oxigênio) se expandirão em resposta ao aquecimento global, mas a extensão da [zona] subóxia (águas com teor extremamente baixo de oxigênio) pode diminuir”.

Projeções e mitigação

“As zonas costeiras serão fortemente afetadas por mudanças na oxigenação em águas costeiras vizinhas, mudanças em processos físicos e biogeoquímicos locais e pelo aumento do fornecimento de nutrientes derivados do homem que aumentam a produção biológica e impulsionam a desoxigenação local e regional. Comunidades mais pobres, cujos meios de subsistência dependem amplamente de serviços ecossistêmicos costeiros, serão as mais vulneráveis ​​a esse futuro incerto”, acrescentou a pesquisadora.

Juntas, as equipes de pesquisa selecionadas formarão uma rede global que, além do suporte financeiro fornecido pela Schmidt Sciences, terá acesso ao navio de pesquisa do Schmidt Ocean Institute. As equipes também receberão assistência especializada a bordo para enfrentar os desafios associados à coleta de grandes quantidades de dados oceanográficos, biológicos, químicos, geológicos e físicos. Por meio da pesquisa, as equipes desenvolverão modelos precisos em uma variedade de escalas que simularão as respostas do sistema oceânico às mudanças climáticas previstas e apoiarão o desenvolvimento de estratégias de mitigação.

“Por meio de medições e modelagem, pretendemos determinar os controles inter-relacionados sobre oxigênio e produtividade ao longo da margem oeste da África, da ponta da África do Sul até o equador, e identificar implicações para os recursos naturais. Esta margem hospeda vários ecossistemas socioeconomicamente importantes caracterizados por diferentes condições de oxigênio e níveis de produtividade. Buscamos identificar os princípios organizadores subjacentes à dinâmica de oxigênio da margem para desenvolver capacidade preditiva para a região – com relação ao oxigênio e produtividade, e às implicações biogeoquímicas e de nível de ecossistema de mudanças nesses parâmetros”, destacou a professora Fawcett.

A pesquisa investigará as seguintes questões:

  • Quais são os controles sobre hipóxia e subóxia ao longo da margem africana? Quais são os respectivos papéis da produtividade primária e da circulação oceânica? Quais interações surgem entre processos offshore, como a circulação tropical em larga escala, e processos de margem, como ressurgência costeira impulsionada pelo vento, correntes costeiras e dinâmica (sub)mesoescala?
  • Como esses processos afetam os ecossistemas da margem africana, de conjuntos planctônicos a comunidades bentônicas e pelágicas, em níveis tróficos mais altos, incluindo espécies coletadas por nações costeiras da África?
  • Quais são as consequências em escala global e de bacia dos processos da margem da África Ocidental?

“O oceano desempenha um papel profundo na regulação do clima da Terra e atua como um vasto repositório de carbono e calor. Os biogeoquímicos oceânicos desenvolveram uma ampla compreensão de como o oceano influencia o clima, [mas] nos falta uma compreensão fundamental e mecanicista mais profunda dos processos físicos, químicos, biológicos e geológicos que governam o ciclo e o armazenamento de carbono. Temos muito a aprender sobre as conexões entre o carbono e outros ciclos elementares, e os papéis específicos que a vida marinha desempenha na formação dessas relações”, concluiu a Dra. Sarah Fawcett.

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Cidade do Cabo (em inglês).

Fonte, Kamva Somdyala, UCT. Imagem: Dra. Sarah Fawcett. Fonte: Robyn Walker, UCT.

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