Notícia

Modelos de previsão do tempo também podem prever deslocamentos de satélites

Fonte

Universidade de Helsinque

Data

terça-feira, 23 abril 2024 17:40

Áreas

Clima. Geociências. Geografia. Meteorologia. Modelagem Climática. Monitoramento Ambiental. Mudanças Climáticas. Sensoriamento Remoto. Sustentabilidade. Tecnologias.

Pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, descobriram que os modelos meteorológicos modernos podem prever com precisão a energia que a Terra emite e reflete no espaço, o que afeta diretamente os movimentos de satélites de órbita terrestre baixa. Ao aproveitar estes modelos, os pesquisadores obtiveram conhecimentos sobre como os satélites de baixa órbita respondem a eventos meteorológicos, como ciclones tropicais com nuvens altas e reflexivas. Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Geophysical Research: Atmospheres.

No estudo, os pesquisadores utilizaram modelos meteorológicos numéricos. Eles são sofisticados simuladores de computador que preveem condições atmosféricas futuras com base em observações atuais e nas leis da física.

“Os modelos meteorológicos numéricos não apenas simulam padrões climáticos, mas também calculam vários parâmetros, incluindo as emissões e reflexos de energia da Terra sob diversas condições climáticas. Ao analisar estas simulações, procuramos compreender como as mudanças climáticas, como a cobertura de nuvens e as tempestades, influenciam o movimento dos satélites, afetando a sua capacidade de cumprir as funções pretendidas”, afirmou Sanam Motlaghzadeh, autora principal do estudo e doutoranda do Instituto de Pesquisa do Sistema Atmosférico e Terrestre (INAR) da Universidade de Helsinque.

Operações de satélite aprimoradas

A importância das descobertas reside no seu potencial de melhorar o rastreamento e o controle dos satélites, melhorando a eficiência e a fiabilidade das operações dos satélites.

“Compreender como o clima afeta os satélites também aumenta a precisão das medições baseadas em satélites utilizadas em estudos climáticos. Estas descobertas abordam um desafio crítico na fiabilidade dos dados de satélite, como a determinação das órbitas precisas dos satélites, sobre as quais os eventos meteorológicos têm efeito”, explicou Sanam Motlaghzadeh.

Os satélites desempenham um papel crucial no monitoramento da vegetação, no rastreamento dos recursos hídricos e na observação da evolução das geleiras por meio de diversas técnicas de medição. Estas medições, incluindo a captura de imagens e medições de altura e campo gravitacional, são essenciais para estudar as alterações climáticas e os seus impactos.

Uma melhor compreensão dos movimentos dos satélites também pode ajudar na monitorização do clima e na gestão de catástrofes. A utilização de modelos meteorológicos avançados pode refinar ainda mais as medições baseadas em satélite, facilitando um estudo mais eficaz e a mitigação de questões ambientais.

“Compreender como os satélites interagem com a atmosfera da Terra oferece informações valiosas sobre o nosso planeta e como ele muda ao longo do tempo. As descobertas contribuem para uma monitorização mais precisa dos recursos hídricos terrestres por satélite e, portanto, para a segurança alimentar, disse Sanam Motlaghzadeh.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).

Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: satélite CubeSat. Fonte: NASA Ames Research Center via Wikimedia Commons.