Notícia
Microterremotos podem tornar as águas subterrâneas mais ácidas
Estima-se que milhares de eventos microssísmicos ocorram todos os anos e, embora cada evento seja pequeno, os efeitos cumulativos podem ser grandes

Pixabay
Fonte
Universidade de Strathclyde
Data
sábado, 13 fevereiro 2021 11:30
Áreas
Ecologia. Geociências. Hidrologia. Monitoramento Ambiental.
Pequenos terremotos, que nem sempre são sentidos na superfície da Terra, criam mudanças químicas que tornam as águas subterrâneas ácidas, de acordo com uma pesquisa recém-publicada da Universidade de Strathclyde, no Reino Unido.
O artigo, publicado na revista científica Geophysical Research Letters, documenta pela primeira vez como minúsculos terremotos, não sentidos na superfície, quebram as ligações químicas nas rochas durante o fraturamento. Essas ligações químicas quebradas reagem com a água circundante e criam bolsões de águas subterrâneas ácidas.
Mudanças de acidez
A equipe da Universidade de Strathclyde observou quedas de pH de 1-3 unidades na água de lençóis freáticos ao longo de um período de 24 horas – equivalente à diferença entre água da torneira e vinagre. As mudanças na acidez são grandes o suficiente para dissolver os minerais nas rochas, liberando elementos aprisionados, como metais, e permitindo que eles se movam pela superfície da Terra.
Estima-se que milhares de eventos microssísmicos semelhantes ocorram todos os anos e, embora cada evento seja pequeno, os efeitos cumulativos podem ser grandes. Durante longos períodos de tempo, os microterremotos podem transportar elementos em rochas através da superfície da Terra. Alguns desses elementos – como o cálcio e o magnésio – podem desempenhar um papel vital na retenção do dióxido de carbono na atmosfera e, portanto, influenciar as temperaturas globais. Mas até agora, esse processo de acidificação não foi incluído em modelos climáticos ou na previsão de localizações de minérios.
Sismômetros sensíveis
No projeto da Universidade de Strathclyde, sismômetros sensíveis detectaram minúsculos terremotos nas rochas ao redor dos túneis do local de teste nos Alpes suíços – um laboratório subterrâneo de rochas. A água subterrânea foi coletada a partir do sistema do túnel para identificar mudanças na química da água em intervalos regulares em 2014 e 2015.
O Dr. Mark Stillings, autor principal do estudo e pesquisador de Engenharia Civil e Ambiental na Universidade de Strathclyde, disse: “Quando alguns desses eventos ocorreram perto dos túneis, observamos pulsos completamente inesperados de água ácida no túnel, associados a minúsculos terremotos detectados por nosso sismômetros nas rochas circundantes“.
Experimentos de laboratório mostraram então que as mudanças na acidez são puramente resultado do ‘craqueamento’ de rochas à base de sílica, como o granito.
“Essas descobertas são importantes porque minúsculos microterremotos não percebidos são extremamente frequentes e a acidez da água afeta significativamente a maioria das reações químicas na Terra – incluindo, por exemplo, reações de intemperismo de rochas que afetam as previsões de emissões globais de carbono e reações de precipitação que afetam os locais prováveis de valiosos depósitos de minério de metal dentro da Terra”, concluiu a professora Dra. Rebecca Lunn, a líder do projeto.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Strathclyde (em inglês).
Fonte: Universidade de Strathclyde. Imagem: Pixabay.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.








Por favor, faça Login para comentar