Notícia

Microplásticos podem ser considerados prejudiciais às células humanas

Fonte

Universidade de York

Data

sexta-feira, 10 dezembro 2021 06:20

Áreas

Gestão de Resíduos. Microbiologia. Saúde.

Pesquisa liderada por pesquisadores da Hull York Medical School e da Universidade de Hull, no Reino Unido, foi a primeira do tipo a quantificar os níveis de microplásticos que podem levar a efeitos nocivos nas células humanas.

“Esta é a primeira vez que cientistas tentaram quantificar os efeitos dos níveis de microplásticos em células humanas usando uma análise estatística dos estudos publicados disponíveis. O que descobrimos é que em testes de toxicologia, estamos vendo reações incluindo morte celular e reações alérgicas como efeitos potenciais da ingestão ou inalação de altos níveis de microplásticos”, disse Evangelos Danopoulos, principal autor do estudo e doutorando da Hull York Medical School.

O estudo comparou as concentrações de microplásticos que afetaram a viabilidade celular com as concentrações às quais os humanos são expostos ao ingerir alimentos e água contaminados, usando três estudos anteriores de Evangelos Danopoulos e do grupo de pesquisa Human Health and Emerging Environmental Contaminants da Universidade de Hull.

Esses estudos se concentraram na contaminação de microplásticos na água potável, frutos do mar e sal de cozinha e revelaram altos níveis de exposição humana aos microplásticos por consumi-los. A equipe então comparou esses níveis com as doses que causaram efeitos adversos nas células humanas nos estudos de toxicologia.

Exposição

Os estudos de toxicologia revisados ​​testaram cinco categorias de efeitos: citotoxicidade (morte/viabilidade celular); respostas imunes (incluindo reações alérgicas); se os microplásticos podem afetar as membranas das células de alguma forma ou atravessar o seu interior; causa do estresse oxidativo (leva a danos nas células e tecidos) e genotoxicidade (danifica a informação genética nas células). Os primeiros quatro foram afetados pela exposição a microplásticos em certos níveis.

Evangelos Danopoulos acrescentou: “Nossa pesquisa mostrou que estamos ingerindo microplásticos em níveis consistentes com efeitos nocivos às células, que são, em muitos casos, o evento inicial para efeitos na saúde. No entanto, a maior incerteza no momento é como os microplásticos ingeridos são excretados do corpo. Este é um ponto crucial para entender o verdadeiro nível de risco. Nossa análise dos dados mostrou que a viabilidade celular depende do formato dos microplásticos. Os microplásticos de formato irregular, que são a maioria daqueles encontrados no meio ambiente, são mais perigosos do que os esféricos”.

“Até agora, a maioria dos estudos de toxicologia tem testado microplásticos esféricos. É necessário que haja uma mudança para testar os [microplásticos] de formato irregular”, concluiu Evangelos Danopoulos.

Os pesquisadores disseram que, embora os testes tenham mostrado efeitos nas células em testes de toxicologia, nenhuma pesquisa está disponível mostrando o que acontece com os microplásticos depois que eles entram no corpo humano.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Journal of Hazardous Materials.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de York (em inglês).

Fonte: Julie Gatenby, Universidade de York. Imagem: Divulgação, Universidade de York.