Notícia

Metal líquido comprovadamente é um conversor de CO2 barato e eficiente

Colaboração global mostrou como o gálio líquido pode ser usado para ajudar a atingir a importante meta de zero emissão líquida de carbono

Divulgação

Fonte

Universidade de Nova Gales do Sul

Data

terça-feira, 19 outubro 2021 06:30

Áreas

Mudanças Climáticas. Química. Sustentabilidade. Tecnologias.

Engenheiros da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, ajudaram a descobrir uma nova maneira barata de capturar e converter as emissões de CO2 usando metal líquido.

O processo pode ser feito em temperatura ambiente e usa gálio líquido para converter o dióxido de carbono em oxigênio e um produto de carbono sólido de alto valor que pode posteriormente ser usado em baterias, construção ou fabricação de aeronaves.

Uma equipe da Escola de Engenharia Química da UNSW, liderada pelo professor Dr. Kourosh Kalantar-Zadeh, trabalhou em colaboração com pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e da Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), nos Estados Unidos, e também com o Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), Universidade de Melbourne, Universidade Tecnológica de Queensland (QUT)  e o Australian Nuclear Science and Technology Organisation (ANSTO), na Austrália.

As descobertas foram publicadas na revista científica Advanced Materials e o professor Kalantar-Zadeh e sua equipe dizem que a nova tecnologia tem o potencial de ser usada em uma ampla variedade de maneiras para reduzir significativamente os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera.

“Vemos aplicações industriais muito fortes no que diz respeito à descarbonização. Essa tecnologia oferece um processo sem precedentes de captura e conversão de CO2 a um custo excepcionalmente competitivo ”, disse o doutorando Junma Tang,  primeiro autor do artigo.

“Os resultados podem ser aplicados em carros para converter gases poluentes de exaustão, ou mesmo em uma escala muito maior em indústrias onde as emissões de CO2 podem ser imediatamente capturadas e processadas usando esta tecnologia. Já escalamos esse sistema para dimensões de dois litros e meio, que pode lidar com cerca de 0,1 litro de CO2 por minuto. E testamos esse funcionamento continuamente por um mês inteiro e a eficiência do sistema não diminuiu”, destacou o pesquisador.

O processo recém-descoberto dissolve o gás CO2 capturado em um solvente em torno de nanopartículas de gálio, que existem no estado líquido acima de 30° C. O reator também contém barras de prata sólida de tamanho nano que são a chave para gerar as reações triboeletroquímicas que ocorrem uma vez que a energia mecânica (por exemplo, da agitação/mistura) é introduzida.

Uma reação triboeletroquímica ocorre em interfaces sólido-líquido devido ao atrito entre as duas superfícies, com um campo elétrico também criado que desencadeia uma reação química. As reações quebram o dióxido de carbono em oxigênio, bem como folhas carbonosas que “flutuam” na superfície do recipiente devido às diferenças de densidade e podem, portanto, ser facilmente extraídas.

No artigo científico, a equipe de pesquisa mostrou uma eficiência de 92% na conversão de uma tonelada de CO2, conforme descrito, usando um baixo consumo de energia. Os pesquisadores estimam que isso equivale a um custo de cerca de US$ 100 (cerca de R$ 550) por tonelada de CO2.

Para comercializar os resultados da pesquisa, uma startup chamada LM Plus foi estabelecida com o apoio da UNSW, em um programa que ajuda a transformar descobertas de pesquisas em inovações bem-sucedidas para beneficiar a sociedade.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UNSW (em inglês).

Fonte: Neil Martin, Universidade de Nova Gales do Sul. Imagem: Divulgação.

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