Notícia

Meio ambiente preservado ajuda a manter a saúde das pessoas

Áreas verdes nas cidades contribuem para a diminuição da poluição atmosférica e sonora e atuam como espaços para a prática de atividade física e interação social

Divulgação, UFES

Fonte

UFES | Universidade Federal do Espírito Santo

Data

segunda-feira, 10 junho 2024 12:05

Áreas

Cidades. Ciência Ambiental. Ciência Social. Desigualdade Socioambiental. Ecologia. Engenharia Ambiental. Geografia. Gestão Ambiental. Saúde. Sociedade.

Um boletim do projeto Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA) publicado no último dia 5 de junho revelou: um meio ambiente preservado ajuda a manter a saúde das pessoas. O ELSA-Brasil é um estudo envolvendo 15.105 servidores públicos, sendo 1.054 da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Os dados sobre qualidade de vida e meio ambiente são resultantes de pesquisas feitas junto ao público-alvo do projeto nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo. A pesquisa mostrou que o ambiente em que as pessoas moram pode influenciar na adoção de hábitos mais saudáveis, como alimentação adequada e exercício físico. Morar próximo a locais de venda de frutas e hortaliças, por exemplo, favorece a adoção de alimentação equilibrada. Os resultados da pesquisa mostram 48% maior chance de consumo de frutas duas ou mais vezes por dia e 47% maior chance de consumo de hortaliças diariamente.

Outro dado importante revela que quem mora em locais onde há praças e parques na vizinhança pratica mais frequentemente atividade física. As áreas verdes nas cidades abrangem os parques, praças, zoológicos, jardins e as árvores, arbustos e gramíneas nas ruas, canteiros, calçadas e quintais. Elas contribuem para a diminuição da poluição atmosférica e sonora e atuam como espaços para a prática de atividade física e interação social.

“O ELSA Brasil é um estudo robusto, financiado pelo Ministério da Saúde, que visa identificar as estratégias de prevenção das doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade. A recomendação para prevenir essas doenças são bem conhecidas: alimentação adequada, atividade física e redução do estresse. A melhor atividade física é aquela feita ao ar livre. Para isso, a preservação das áreas livres nas cidades é fundamental. O ELSA mostrou que quanto mais perto de áreas livres moramos, mais ativa tende a ser a pessoa, menor a pressão arterial, menos obesidade e menos diabetes. A preservação desses espaços é política pública essencial para a saúde da população”, afirmou o professor Dr. José Geraldo Mill, coordenador do ELSA na UFES.

Impactos

Em São Paulo, aproximadamente 64% dos participantes do ELSA-Brasil não tinham acesso a qualquer parque em um raio de um quilômetro da residência. No entanto, aqueles com disponibilidade de pelo menos um parque com áreas verdes próximas às suas residências tinham 12% menos chances de apresentarem pressão arterial elevada. Em Belo Horizonte, participantes que residiam em locais com mais árvores tinham 49% menos chances de obesidade.

“Esses dados são muito importantes porque mostram a importância do planejamento do espaço urbano como uma intervenção do poder público na área da saúde coletiva. Cabe ao poder público regulamentar a ocupação do solo, preservando áreas livres onde as pessoas possam passear e praticar exercícios”, afirmaram os pesquisadores do ELSA no boletim.

A coorte (grupo de pessoas previamente definidas) acompanhada pelo ELSA-Brasil foi montada entre 2008 e 2010 e vem sendo acompanhada ao longo do tempo com entrevistas anuais e exames a cada quatro anos, além de supervisão em todas as internações hospitalares. O objetivo é estudar os determinantes das doenças crônicas (cardiovasculares, metabólicas/diabetes, câncer, renais e neurodegenerativas), que são as que mais impactam a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

Acesse o boletim ELSA-Brasil.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Espírito Santo.

Fonte:  Sueli de Freitas e Thereza Marinho, UFES. Imagem: Divulgação, UFES.

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