Notícia
Material feito com casca de arroz pode ser usado na construção de móveis
O compósito polimérico reaproveita resíduos da indústria que antes eram dispostos na natureza
Divulgação
Fonte
UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Data
segunda-feira, 27 maio 2019 10:15
Áreas
Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Inovação, Sustentabilidade.
O continente americano, de acordo com dados da Food and Agriculture Organization, é responsável por 5% da produção de arroz do mundo, sendo o Rio Grande do Sul o estado que mais produz esse grão no país. Foram mais de oito toneladas registradas no estado durante o período de 2013 a 2015, como aponta a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE. A casca de arroz é um dos principais subprodutos dessa indústria e, em sua maioria, resíduos agrícolas como esse não são tratados ou reaproveitados na cadeia de produção. Depositados de maneira inadequada, os mesmos podem contaminar a água ou o solo, trazendo grande impacto ambiental. Além disso, é um desperdício de materiais que poderiam ser utilizados de outras maneiras. Para a professora Dra. Eliana Paula Calegari, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), o design possui o papel importante de desenvolver produtos que se encaixam nos princípios da sustentabilidade. “A minha motivação tanto para o projeto de mestrado como para o de doutorado foi a questão da problemática ambiental, ou seja, como o design de produto pode contribuir para minimizar os impactos ambientais”, diz ela.
Com o intuito de desenvolver um novo material, Eliana estudou, durante seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Design da UFRGS, o uso das cascas de arroz da indústria em sua composição. Esses compósitos poliméricos são feitos de dois ou mais materiais que não se misturam, mantendo as suas propriedades e características próprias. São formados por duas fases, a matriz e o reforço, sendo que as fibras são geralmente escolhidas para o segundo por serem mais rígidas e resistentes que o polímero. A ideia original era a criação de um compósito biodegradável, com a combinação de dois ou mais materiais que se degradam rapidamente na natureza. Após muita pesquisa, o resultado final foi um compósito polimérico com alta porcentagem de casca de arroz, tendo cerca de 80% do resíduo agrícola como matéria-prima. Os outros 20% são de resina poliéster, um material derivado do petróleo, não renovável e que não se degrada no meio ambiente.
De acordo com ela, o compósito desenvolvido pode ser utilizado em móveis por possuir propriedades mecânicas próximas às da madeira, além de ter características estéticas semelhantes, como cor e textura. Entre as alternativas testadas, a Dra. Eliana afirma que o compósito com casca de arroz moída é o que mais parece esteticamente com a madeira, possuindo uma textura marrom escura e uniforme. A combinação entre os dois materiais também traz algumas características positivas ao produto final, como leveza e resistência a intempéries e cupins. Além disso, são mais competitivos economicamente devido à origem da sua matéria-prima. Para ser comercializado, o compósito de Eliana ainda precisaria de mais testes que não puderam ser realizados durante o doutorado por falta de tempo. Ela aponta, entretanto, que eles podem ser uma possibilidade de inovação para a criação de produtos que visem à sustentabilidade e à proteção do meio ambiente.
Acesse a notícia completa na página da UFRGS.
Fonte: Nathália Cassola, UFRGS. Imagem: divulgação.
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