Notícia

Máscaras caseiras: quais os melhores materiais?

São muitas as perguntas sobre máscaras caseiras que conseguem fazer a melhor proteção mecânica contra a COVID-19

Pixabay

Fonte

Universidade Northeastern

Data

quarta-feira, 6 maio 2020 14:30

Áreas

Microbiologia. Saúde. Sociedade.

O uso da máscara facial em público é uma medida importante para retardar a disseminação da COVID-19. O novo coronavírus é uma partícula extremamente pequena, e pode ser transportado com gotículas de saliva e muco expelidas pela respiração, fala, espirros, tosse e risada. É por isso que usar tecidos simples para cobrir a boca e o nariz de uma pessoa infectada reduz a propagação do vírus.

Mas a extensão em que as máscaras impedem que o vírus entre no corpo de outra pessoa pelas vias aéreas varia. E, em meio à explosão de tutoriais online sobre máscaras faciais, há muitas perguntas sobre como fazê-las em casa e quais materiais usar.

Pode-se argumentar que a única pergunta a ser feita é como essas máscaras – feitas com camisetas, fronhas, filtros de café, papel higiênico ou outros materiais – irão funcionar para bloquear a saída (ou entrada) do novo coronavírus.

Mesmo para máscaras que podem não filtrar tudo, uma adaptação justa da máscara ao rosto reduz significativamente as chances de gotículas virais chegarem às vias aéreas, diz a Dra. Loretta Fernandez, professora de engenharia civil e ambiental da Universidade Northeastern, nos Estados Unidos.

É por isso que qualquer tipo de filtragem que as pessoas possam usar em suas máscaras pode ser altamente protetor. A ideia é criar uma série eficiente de camadas no caminho, que dificultem o ataque direto do vírus ao nariz da pessoa. Cada camada desse caminho oferece mais chances de as partículas virais ficarem “presas” nas fibras, em vez de alcançar a garganta da pessoa.

“Ao incluir uma camada de filtro – filtros de café, papel higiênico, qualquer coisa que seja segura para respirar – você está apenas fazendo o ar seguir uma rota mais sinuosa para chegar ao seu nariz. Colocar uma camada de nylon também ajuda”, explica a professora.

A pesquisa da Dra. Loretta Fernandez se concentra nos poluentes do meio ambiente, incluindo partículas microscópicas nocivas, e como elas acabam no ar que respiramos, na água que bebemos e nos alimentos que comemos.

Depois que a pandemia do COVID-19 forçou os pesquisadores a considerar como seu trabalho poderia ser redirecionado para ajudar na pesquisa para diminuir a propagação do novo coronavírus, a pesquisadora teve uma ideia. Ela começou a considerar os pequenos poluentes que estuda e os instrumentos de laboratório que usa. “Um deles é um contador de material particulado”, disse a especialista sobre uma máquina que pode analisar as concentrações de partículas perigosas suspensas no ar.

Mas as partículas do SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19, não são fáceis de contar. São tão pequenas quanto difíceis de capturar, com um diâmetro várias vezes menor que as células bacterianas. O tamanho é pequeno demais para ser bloqueado pela maioria dos materiais de uma máscara sem dificultar a respiração e também para ser detectado pelos instrumentos da pesquisadora. Ainda assim, ela sabia que sua experiência em amostrar partículas microscópicas e complexas poderia ajudar. Ela só precisava da máquina certa para fazer isso.

No Laboratório de Saúde e Segurança Ambiental da Universidade Northeastern, a Dra. Loretta começou a pesquisar os equipamentos disponíveis e encontrou um antigo instrumento que poderia adaptar para contar partículas do tamanho do novo coronavírus. A Pfizer, empresa multinacional biofarmacêutica, também doou um instrumento que serviu como complemento perfeito para esse dispositivo.

Então, a Dra. Loretta Fernandez considerou 10 tipos diferentes de máscaras caseiras, gerou partículas (não perigosas) de tamanho semelhante àquelas do novo coronavírus e contou a quantidade de partículas filtradas pelas máscaras. O objetivo era determinara eficiência dessas máscaras.

Os resultados preliminares, disponíveis online, mostram que o fator mais importante para determinar se uma máscara protegerá uma pessoa não é o material usado, mas quão bem ela se encaixa no rosto do usuário.

Os testes incluíram respiradores N95, as máscaras projetadas especificamente para proteger os profissionais de saúde que tratam pacientes com doenças infecciosas, como padrão para testar a eficiência de outras máscaras caseiras e comerciais feitas com diferentes camadas de tecido, interface e filtros.

As máscaras cirúrgicas comerciais tiveram melhor desempenho, filtrando cerca de 75% das partículas liberadas de um gerador de partículas localizado a cerca de dois metros de distância. Máscaras caseiras, que se encaixam livremente no rosto, geralmente filtraram menos de 60% das partículas.

Para melhorar o ajuste, a pesquisadora usou recortes de meia-calça de nylon como camada das máscaras. Isso melhorou consideravelmente a eficácia de todas as máscaras, em até 50%. A ideia da camada de nylon é que ela pressiona as máscaras para mais perto do rosto e evita que o ar circule ao redor dos filtros.

A Dra. Loretta espera que outros pesquisadores usem os dados de seus testes para estudar mais materiais e concluir qual funciona melhor. A parte principal, diz ela, é usar os resultados e ajudar as pessoas em casa a produzir as melhores máscaras que podem fazer com qualquer material que possuírem – além de ajudar as empresas a colocar as forças de fabricação para produzir máscaras mais adequadas.

“Essas informações podem ser compartilhadas e essas máscaras podem ser colocadas em produção localmente, usando os melhores materiais que podemos identificar. Eu compartilharei as informações com outras pessoas, e espero que isso possa ajudá-las a obter um design melhor para suas máscaras caseiras”, concluiu a Dra. Loretta Fernandez.

Acesse a página com todos os resultados dos testes realizados na Universidade Northeastern (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Northeastern (em inglês).

Fonte: Roberto Molar Candanosa, Universidade Northeastern. Imagem: Pixabay.

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