Notícia
Máquina reproduz mecanismo que gera campos geotérmicos e terremotos
Ainda hoje sabe-se pouco sobre como os terremotos surgem e se espalham, tanto os naturais quanto aqueles causados pelo homem
Angelo_Giordano via Pixabay
Fonte
Universidade de Pádua
Data
terça-feira, 15 agosto 2023 11:35
Áreas
Energia. Engenharia Ambiental. Engenharia de Energia. Geociências. Monitoramento Ambiental. Tecnologias.
A injeção de fluidos em profundidade, processo industrial indispensável para a produção de energia geotérmica, pode gerar terremotos. Dois casos marcantes são os de Pohang, na Coreia do Sul, em 2017 (magnitude 5,5 na escala Richter) e de Basel, na Suíça, (magnitude 3,4 na escala Richter) onde as atividades industriais foram suspensas após os eventos sísmicos.
No entanto, ainda hoje sabe-se pouco sobre como os terremotos surgem e se espalham, tanto os naturais quanto aqueles causados pelo homem. Uma das muitas razões é a dificuldade de reproduzir, em laboratório – e portanto em condições controladas – o comportamento de rochas e falhas durante o ciclo sísmico na presença de fluidos quentes e pressurizados com transições de fase aquosa.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Communications, realizado com equipamentos experimentais recém-desenvolvidos instalados nos laboratórios do Departamento de Geociências da Universidade de Pádua, na Itália, e do centro de excelência da China Earthquake Administration em Pequim, mostrou que o atrito (resistência ao deslizamento) das rochas também varia de acordo com o estado físico da água. Em particular, a resistência das falhas experimentais duplica quando a água passa do estado supercrítico e líquido para o estado de vapor, especialmente quando os blocos de rocha, como nas falhas naturais, são forçados a deslizar alguns centímetros.
“Estamos particularmente orgulhosos destes resultados, fruto de anos de trabalho para desenvolver uma máquina experimental única no mundo juntamente com a sua irmã instalada em Pequim, e levada a cabo por um grupo de pesquisa internacional constituído por jovens pesquisadores – comentou o Dr. Giulio Di Toro, professor de Geologia e Mecânica Sísmica da Universidade de Pádua, que coordenou a pesquisa.
Esta atividade de pesquisa não teria sido possível sem a contribuição da Fundação CA.RI.PA.RO, que financiou a compra da máquina experimental chamada ‘ROSA’ em 2010, que permite estudar o ciclo sísmico em laboratório, e da Civil Italiana Protection que em 2020-22 apoiou a aquisição e desenvolvimento da célula hidrotérmica HYDROS para realizar experiências com fluidos quentes e pressurizados (até 450 °C de temperatura e 700 atmosferas de pressão).
“Além disso, foi fundamental a colaboração com a China Earthquake Administration em Pequim, que nos permitiu realizar experimentos em seus laboratórios quando a célula hidrotermal HYDROS, devido à pandemia, ainda não estava operacional em Pádua”, concluiu o Dr. Giulio di Toro.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Pádua (em italiano).
Fonte: Universidade de Pádua. Imagem: Angelo_Giordano via Pixabay.
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