Notícia
Mapeando futuras “vias climáticas” na África Subsaariana
A mudança climática continua sendo um sério desafio de desenvolvimento para os países da África subsaariana e outros países, tanto de uma perspectiva de mitigação quanto de adaptação
Jbdodane, Flickr
Fonte
Universidade da Cidade do Cabo
Data
sábado, 2 março 2019 11:55
Áreas
Mudanças Climáticas. Sustentabilidade. Sociedade. Energia.
A Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, está trabalhando para criar “espaços seguros” onde pesquisadores, tomadores de decisão, indústria e sociedade civil podem unir forças para co-produzir conhecimento que apoie esforços para reduzir a pobreza e a desigualdade, sem depender dos combustíveis fósseis tradicionais para o desenvolvimento.
Esses “espaços seguros” também seriam ambientes para discutir assuntos específicos dos países abaixo da linha do equador, longe das políticas dos processos de negociação de mudanças climáticas, disse a Dra. Britta Rennkamp, pesquisadora afiliada à Iniciativa Africana de Clima e Desenvolvimento da Universidade da Cidade do Cabo.
Isso vem na esteira de um relatório recente que viu os principais cientistas do clima soarem seus mais gritantes avisos até o momento; os esforços atuais para conter as emissões de gases do efeito estufa são insuficientes para evitar que os países superem o limite superior “seguro” de um aumento de 1,5% na temperatura global acima dos níveis pré-industriais.
Para muitos países da África Subsaariana, que já são altamente vulneráveis ao estresse climático, é fundamental entender como a superação desse objetivo global se dará no nível local. A mudança climática continua sendo um sério desafio de desenvolvimento para esses e outros países mais ao norte do continente, tanto de uma perspectiva de mitigação quanto de adaptação. A Dra. Britta Rennkamp está analisando como as compensações entre a mitigação e a erradicação da pobreza se traduzem em processos de políticas nacionais e como as tendências no desenvolvimento internacional afetarão os caminhos de desenvolvimento dos países da África Subsaariana, de uma perspectiva climática.
Pesquisa inclusiva
Ela apontou para o programa de Planos e Cenários de Ações de Mitigação (MAPS, da sigla em inglês), uma colaboração entre países em desenvolvimento para estabelecer a base de evidências para uma transição de longo prazo para economias robustas que sejam eficientes em termos de carbono e resilientes ao clima, como um exemplo de pesquisa inclusiva em espaços seguros.
No final do ano passado, pesquisadores de nove países se reuniram na Cidade do Cabo antes das negociações sobre o clima global da ONU (COP 24) para discutir como o acordo climático de Paris pode ser implementado de forma a trabalhar para a região sul do globo. A rede reuniu especialistas do Senegal, Zâmbia, Moçambique, Quênia, Nigéria, Gana, Brasil e Tailândia.
Alguns desses pesquisadores anteriormente colaboraram no programa MAPS, que foi inicialmente conduzido em quatro países latino-americanos, em colaboração com o Centro de Recursos em Energia (ERC). O MAPS, que funcionou de 2010 a 2015, buscou construir cenários nacionais para informar a ação para um futuro com baixas emissões no Brasil, Chile, Colômbia e Peru. O programa MAPS também teve impacto nas negociações sobre o clima para o sul global.
Tecnologias energéticas em favor dos pobres
Como parte de sua pesquisa, a Dra. Rennkamp está investigando como essas contribuições nacionais podem ser implementadas para reduzir a taxa atual de emissões de gases do efeito estufa produzidas pelo homem sem restringir o desenvolvimento humano. Este trabalho tem como objetivo examinar as tecnologias de energia sustentável em favor dos pobres e as habilidades para a sua adoção, todas sob o guarda-chuva maior do avanço dos compromissos propostos.
Pesquisadores em Moçambique, Quênia, Gana e Zâmbia começaram a trabalhar com os pesquisadores do MAPS para estabelecer processos participativos de planejamento de cenários na África Subsaariana. Esses países, no entanto, lutaram para encontrar financiamento apropriado para pesquisa de longo prazo.
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Cidade do Cabo (em inglês).
Fonte: Jorisna Bonthuys, Universidade da Cidade do Cabo. Imagem: Jbdodane, Flickr.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar