Notícia

Má qualidade do ar pode afetar a saúde mental de várias maneiras

Pesquisadores encontraram evidências de que a exposição a poluentes atmosféricos pode levar à depressão, ansiedade, psicoses e talvez até distúrbios neurocognitivos, como a demência

storyset via Freepik

Fonte

Universidade de Oxford

Data

terça-feira, 11 julho 2023 11:55

Áreas

Cidades. Desigualdade Socioambiental. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Governança Ambiental. Indústria. Monitoramento Ambiental. Psiquiatria. Qualidade do Ar. Saúde. Saúde Mental. Sociedade. Toxicologia.

Liderados pelo Dr. Kam Bhui, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, no Reino Unido, pesquisadores do Programa BioAirNet, financiado pelo UK Research and Innovation (UKRI), analisaram estudos existentes sobre os efeitos da poluição do ar interna e externa ao longo da vida, desde a gravidez e o nascimento até a adolescência e idade adulta.

Os pesquisadores encontraram evidências de que a exposição a poluentes atmosféricos pode levar à depressão, ansiedade, psicoses e talvez até distúrbios neurocognitivos, como a demência. Também houve indícios de que crianças e adolescentes podem estar expostos à poluição do ar em estágios críticos de seu desenvolvimento mental, expondo-os a um risco de impacto mais grave e problemas significativos de saúde mental no futuro.

Fatores de risco adicionais incluem moradia precária, superlotação, pobreza, falta de espaços verdes, bem como vulnerabilidades sociais e psicológicas individuais, como falta de acesso a apoio, cuidadores ou espaços seguros.

O professor Kam Bhui destacou: “A poluição do ar e a saúde mental são os principais desafios que o mundo deve enfrentar agora e nos próximos anos. Isso torna esta área de pesquisa uma prioridade vital de saúde pública. Nossa revisão mostra que há evidências emergentes de ligações entre má qualidade do ar e problemas de saúde mental, bem como links para transtornos mentais específicos”.

“Em particular, as partículas poluentes do ar, incluindo bioaerossóis, foram implicadas. O material particulado faz parte de um conjunto complexo de fatores de risco ambientais, incluindo geografia, privação, biologia e vulnerabilidades individuais. Precisamos de mais pesquisas para entender essas teias de causalidade e investigar uma série de outras lacunas críticas de conhecimento, como os mecanismos em que as partículas atuam e como os bioaerossóis podem piorar as condições de saúde. Há menos pesquisas sobre a qualidade do ar interno e como isso afeta a saúde, e pouco sobre bioaerossóis especificamente”, continuou o pesquisador.

“Precisamos de melhores maneiras de medir a exposição à poluição e entender como a mudança climática afeta a poluição do ar. Também precisamos mais estudos longitudinais para entender os efeitos em crianças e jovens à medida que crescem”, reforçou o Dr. Kam Bhui.

A má qualidade do ar já foi associada a problemas de saúde física e ao desenvolvimento de doenças, incluindo alguns tipos de câncer, mas até agora pouca atenção foi dada a como os poluentes do ar também podem afetar a saúde mental.

“Modificar a exposição à má qualidade do ar em ambientes internos e externos pode reduzir os níveis de problemas de saúde em geral. Mas, dados os altos níveis de doenças mentais graves em locais onde a poluição do ar é maior, especialmente nas áreas urbanas e mais pobres, e as ligações entre, por exemplo, câncer e doenças mentais graves, pode haver causas comuns e fatores de risco que precisam ser compreendidos e abordados”, concluiu o  professor Kam Bhui.

Os resultados foram publicados na revista científica British Journal of Psychiatry.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: storyset via Freepik.

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