Notícia

Lançado laboratório internacional que integra UnB, FIocruz e instituto francês

Objetivo é fortalecer estudos interdisciplinares na área de meio ambiente, clima e doenças vetoriais, com foco em contextos transfronteiriços

Beto Monteiro/Secom UnB

Fonte

UnB | Universidade de Brasília

Data

quinta-feira, 27 setembro 2018 14:30

Áreas

Saúde. Educação Ambiental.

As doenças transmitidas por vetores ainda são um grande desafio para a saúde pública de países em desenvolvimento. A malária no Brasil, por exemplo, cresceu drasticamente, de 129 casos, em 2016, para 6.789 casos, em 2017. Grande parte dessas enfermidades é causada por fatores relacionados ao meio ambiente.

Para monitorar essas doenças e os processos ambientais, climáticos e demográficos associados, a Universidade de Brasília (UnB) é uma das instituições que coordenam o Laboratório Misto Internacional (LMI-Sentinela), ao lado da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

Lançado no último dia 25 de setembro, no auditório da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) da UnB, o LMI foi criado com o objetivo de criar sítios sentinelas em regiões de fronteira para estudo da malária e arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. “Essas áreas concentram população vulnerável e representam obstáculos para a vigilância em saúde das doenças vetoriais”, afirmou o Dr. Christovam Barcellos, pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do LMI, juntamente com o Dr. Emmanuel Roux, representando o IRD e a Dra. Helen Gurgel, professora da UnB.

Os observatórios transfronteiriços do meio ambiente, clima e doenças vetoriais, como o LMI, visam contribuir efetivamente para o controle ou eliminação dessas enfermidades em um contexto de mudanças locais e globais. “A iniciativa é inovadora porque, para além da pesquisa, busca incentivar as políticas públicas brasileiras a focar em regiões e populações marginais”, destacou a Dra. Helen Gurgel, docente da pós-graduação em Geografia.

Três áreas serão monitoradas: fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá; ponto de interseção entre a Colômbia, o Peru e o Amazonas; e a divisa entre o Distrito Federal e os estados de Goiás e Minas Gerais. A pesquisadora da UnB explicou que o DF foi contemplado porque concentra grande fluxo de pessoas e vetores. “Por não possuir municípios e ter uma configuração diferenciada dos demais entes da unidade federativa, esse território tem suas especificidades devido a sua posição estratégica”, justificou a especialista.

Formação

Outra vertente do projeto é a qualificação profissional, a partir do fortalecimento de capacitações. A parceria possibilitará a coorientação de estudantes de graduação e de pós-graduação, bem como a mobilidade de pesquisadores de instituições brasileiras e francesas.

O LMI contribuirá ainda para o desenvolvimento de programas de ensino sobre as temáticas do meio ambiente, clima e doenças vetoriais, dentro dos currículos atuais, ampliando as oportunidades de formação. “Também está prevista a oferta de treinamento e capacitação para gestores e agentes locais de endemias”, disse o Dr. Emmanuel Roux.

Com relação à equipe que integra a rede sentinela, são 15 membros permanentes, sendo oito brasileiros e sete franceses. Também estão envolvidos dez pesquisadores associados, além de 15 integrantes temporários, entre mestrandos, doutorandos, pós-doutores e analistas.

Para o levantamento de dados de saúde, o laboratório misto internacional conta com uma série de instituições parceiras, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Instituto Pasteur, a Agência Regional de Saúde da Guiana Francesa (ARS), a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), a Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS-AP), o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), a Universidade Federal do Amapá (Unifap) e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).

Acesse a notícia completa na página da UnB.

Fonte: Carolina Pires, Secom/UnB. Imagem: Beto Monteiro/Secom UnB.

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