Notícia

Laboratório da UFSC desenvolve tecnologia inédita no Brasil para geração de energia eólica

Divulgação, UFSC

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

segunda-feira, 18 outubro 2021 06:45

Áreas

Energia. Sustentabilidade. Tecnologias.

Um grupo de pesquisadores vinculados a um laboratório do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está desenvolvendo uma inovadora tecnologia de geração de energia eólica: os aerogeradores com aerofólios cabeados (Airborne Wind Energy – AWE). A tecnologia consiste no tracionamento, por uma pipa (kite), de um cabo que está enrolado no tambor de um gerador que fica no solo. O estudo é pioneiro na América Latina, e a equipe de cientistas planeja lançar até o fim do ano um protótipo gerando energia, para assim conseguirem um financiamento para o projeto piloto nos próximos anos.

A pipa é conectada a um cabo que se distancia à medida que é compelida pelo vento, realizando uma trajetória em forma de oito até levar o cabo ao seu limite. Após isso, o cabo é puxado de volta para que seu ciclo se repita, de forma que a força necessária para puxar o cabo seja apenas uma fração da energia produzida, conservando energia durante o processo.

A tecnologia se diferencia das turbinas eólicas pela capacidade de captar ventos mais constantes, já que consegue alcançar uma altura de 600 a 800 metros, enquanto os equipamentos dos parques eólicos convencionais atingem em média 130 metros. Além disso, o equipamento é mais leve e acessível, pois o gerador que compõe a unidade solo é de fácil manutenção e os materiais da pipa são mais baratos.

O aerogerador também possui vantagens ecológicas, como o fato de os cabos e o tecido das asas serem recicláveis, facilitando o descarte dos recursos após a validade, enquanto o descarte dos materiais das torres eólicas está formando um verdadeiro “cemitério” desses materiais mundo afora. Como a asa opera em grandes altitudes, o ruído de deslocamento da asa e a poluição visual são menores.

“Também é possível, com tecnologia já existente, detectar a chegada de pássaros e desviar a operação da asa da rota de migração, evitando assim, a morte de muitos pássaros”, disse o pesquisador Dr. Alexandre Trofino.

Estudos preliminares de viabilidade econômica realizados por empresas europeias no ramo e pela UFSCkite sugerem que a energia gerada com essa nova tecnologia poderá ser vendida a preços inferiores aos praticados pela tecnologia convencional baseada em torres.

Segundo o pesquisador, “o custo da instalação acaba sendo bem menor, talvez um décimo do preço de uma turbina eólica”. No entanto, a ideia é que esses dispositivos de energia renováveis não compitam entre si, mas que funcionem como um conjunto, priorizando o gerador de energia mais adequado em determinada área.

Sobre o projeto

O projeto UFSCkite é conduzido desde 2012 pelos professores Alexandre Trofino e Marcelo de Lellis e teve um reforço temporário dos engenheiros Roberto Crepaldi e Leonardo Papais. A iniciativa também é fruto de colaborações acadêmicas internacionais e de parcerias com empresas nacionais no desenvolvimento de equipamentos tecnológicos. É possível acompanhar os  testes em campo do aerogerador pelo canal do Yotube da UFSCkite.

No exterior, já existem versões mais desenvolvidas da tecnologia, como as empresas europeias Kite Power e Skysails Power. Porém, diferentemente das empresas estrangeiras, o protótipo da UFSCkite é o único que é capaz de alçar voo sem a necessidade de ventos em baixa altitude.

A expectativa do grupo é viabilizar comercialmente essa tecnologia no Brasil nos próximos anos. Após os testes em curso com o protótipo atual, o grupo de pesquisadores estipula um prazo de quatro anos para construção da planta piloto e de três anos para transformá-la num produto comercializável.

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: João Mesquita, Agecom UFSC. Imagem: Unidade de solo, que pode ser facilmente transportada. Fonte: Divulgação, UFSC.

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