Notícia
Identificado novo mecanismo de formação de madeira a partir de hormônios vegetais
Pesquisadores descobriram mecanismo que permite que as plantas regulem a proporção de madeira produzida e floema, o que ajuda a compreender os fatores que regulam o crescimento das árvores
Riikka Mäkilä, Universidade de Helsinque
Fonte
Universidade de Helsinque
Data
terça-feira, 11 abril 2023 06:20
Áreas
Biologia. Botânica. Ecologia. Engenharia Florestal. Microbiologia. Recursos Naturais.
Estudos anteriores do grupo de pesquisa do Dr. Ari Pekka Mähönen, professor da Universidade de Helsinque, na Finlândia, mostraram que o hormônio vegetal auxina é importante para o posicionamento das células-tronco no câmbio vascular. Quando uma célula-tronco se divide, uma das filhas permanece uma célula-tronco enquanto a outra se diferencia. No entanto, não está claro como o câmbio vascular decide se uma célula se diferenciará em madeira ou floema.
Neste estudo, Riikka Mäkilä, pesquisadora de doutorado no grupo do professor Ari Mähönen, descobriu que o hormônio vegetal ácido giberélico regula a proporção de quanto xilema e floema o câmbio está produzindo. Especificamente, o ácido giberélico faz isso promovendo o transporte e sinalização do hormônio vegetal auxina no câmbio vascular. Quando as plantas têm mais ácido giberélico, elas aumentam seu transporte e sinalização de auxinas, o que faz com que a célula-tronco filha se diferencie em madeira com mais frequência do que em floema, aumentando assim a produção de madeira.
A descoberta é importante para entender os fatores que regulam o crescimento das árvores e pode fornecer novos conhecimentos aplicáveis ao melhoramento de árvores.
O aquecimento global e o aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) estão impactando muito os seres humanos e a natureza. O sequestro de carbono é uma maneira eficiente de retardar esses efeitos. As plantas, especialmente as árvores, podem sequestrar CO2 e armazená-lo em seus troncos como madeira.
“A madeira é produzida por divisões celulares no câmbio vascular, mas esse tecido também pode fazer floema. Assim, é importante entender como a produção desses tecidos é equilibrada. Devido ao longo tempo de geração e às dificuldades de manipulação genética das árvores, os pesquisadores usam como modelo a raiz da Arabidopsis thaliana, por ter estruturas semelhantes a um tronco de árvore. Mais tarde, o conhecimento adquirido com a Arabidopsis pode ser transferido para o melhoramento de árvores”, concluiu Riikka Mäkilä.
Os resultados foram publicados na revista científica Nature Plants.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).
Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: corte transversal da raiz de Arabidopsis mostrando a expressão PIN1 do transportador de auxina. Fonte: Riikka Mäkilä, Universidade de Helsinque.
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