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Fungos armazenam um terço do carbono das emissões de combustíveis fósseis e podem ser essenciais para atingir carbono zero

Pesquisadores estão pedindo que os fungos sejam considerados com mais importância  nas políticas de conservação e biodiversidade

stux via Pixabay

Fonte

Universidade de Sheffield

Data

quinta-feira, 8 junho 2023 13:15

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Clima. Conservação. Ecologia. Engenharia Florestal. Micologia. Microbiologia. Mudanças Climáticas. Recursos Naturais. Solo. Sustentabilidade.

A vasta rede subterrânea de fungos armazena mais de 13 gigatoneladas de carbono em todo o mundo, aproximadamente o equivalente a 36% das emissões globais anuais de combustíveis fósseis, de acordo com nova pesquisa.

Acredita-se amplamente que os fungos micorrízicos podem armazenar carbono, pois os fungos formam relações simbióticas com quase todas as plantas terrestres e transportam carbono, convertido em açúcares e gorduras pela planta, para o solo. Mas até agora a verdadeira extensão de quanto carbono o fungos armazenam não era conhecida.

A descoberta por uma equipe de cientistas – incluindo pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido – de que os fungos armazenam mais de um terço do carbono criado a partir das emissões de combustíveis fósseis a cada ano, indica que isso pode ser crucial, pois as nações buscam combater as mudanças climáticas e atingir o carbono (líquido) zero. O trabalho agora está sendo realizado para analisar se a quantidade de carbono que o solo pode armazenar poderia ser aumentada.

Fungos micorrízicos

Os fungos micorrízicos sustentam a vida na terra há pelo menos 450 milhões de anos e formam vastas redes subterrâneas – formando-se até mesmo sob estradas, jardins e casas – em todos os continentes da Terra.

A equipe internacional de cientistas conduziu uma meta-análise de centenas de estudos que analisam os processos planta-solo para entender quanto carbono está sendo armazenado pelos fungos em escala global. As descobertas, publicadas na revista científica Current Biology, revelaram que cerca de 13,12 gigatoneladas de CO2 são transferidas das plantas para os fungos anualmente, transformando o solo em um enorme reservatório de carbono e na unidade de armazenamento de carbono capturado mais eficaz do mundo.

A quantidade de carbono armazenado equivale a cerca de 36% das emissões globais anuais de combustíveis fósseis – mais do que a China emite a cada ano.

Os pesquisadores agora pedem que os fungos sejam considerados nas políticas de biodiversidade e conservação, devido ao seu papel crucial na redução das emissões de carbono. No ritmo atual, a ONU adverte que 90% dos solos podem ser degradados até 2050, o que pode ser catastrófico não apenas para conter as mudanças climáticas e o aumento das temperaturas, mas também para a produtividade das culturas e plantas.

A Dra. Katie Field, professora de Processos Planta-Solo na Universidade de Sheffield e coautora do estudo, explicou: “Os fungos micorrízicos representam um ponto cego na modelagem, conservação e restauração de carbono. Os números que descobrimos são impressionantes quando pensamos em soluções para o clima, e também devemos pensar no que podemos aproveitar do que já existe. Os ecossistemas do solo estão sendo destruídos em um ritmo alarmante por meio da agricultura, desenvolvimento e outras indústrias, mas os impactos mais amplos da destruição das comunidades do solo são mal compreendidos. Quando interrompemos os antigos sistemas de suporte à vida no solo, sabotamos nossos esforços para limitar o aquecimento global”.

“É preciso fazer mais para proteger essas redes subterrâneas – já sabíamos que eram essenciais para a biodiversidade e agora temos ainda mais evidências de que são cruciais para a saúde do nosso planeta”, concluiu a pesquisadora.

Os pesquisadores agora estão investigando por quanto tempo o carbono é armazenado pelos fungos no solo e procuram explorar ainda mais o papel que os fungos desempenham nos ecossistemas da Terra.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sheffield (em inglês).

Fonte: Amy Huxtable, Universidade de Sheffield. Imagem: stux via Pixabay.

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