Notícia
Fungo em alga da Antártida mostra potencial contra infecções e outras doenças
Obtido em alga, fungo apresenta atividade antimicrobiana e efeito protetor contra radiação solar
Alga, Verônica Rêgo de Moraes.
Fonte
Jornal da USP | Universidade de São Paulo
Data
terça-feira, 14 agosto 2018 11:15
Áreas
Biodiversidade, Clima, Ciência, Pesquisa, Saúde.
Um fungo que vive associado a uma alga encontrada nas águas da Antártida mostra potencial antimicrobiano, além de combater doenças como a leishmaniose e apresentar efeito fotoprotetor. A descoberta aconteceu em pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, que avaliou a atividade biológica do fungo Aspergillus unguis, obtido a partir da alga Palmaria decipiens. O estudo identificou substâncias que apresentam atividade leishmanicida frente o parasita Leishmania braziliensis, que causa a doença, e também protegem a alga dos efeitos nocivos dos raios solares.
A coleta da alga ocorreu na Ilha Robert, na Antártida, pertencente ao arquipélago das Ilhas Shetland do Sul, entre as Ilhas Nelson e Greenwich. “O fungo é endofítico, ou seja, habita os espaços intra e intercelular de um hospedeiro, no caso, a alga Palmaria decipiens, encontrada nas águas da região”, conta a pesquisadora Verônica Rego de Moraes, responsável pelo estudo. “Em laboratório, fragmentos da alga foram colocados numa placa com meio propício para o crescimento de micro-organismos. Posteriormente, foi feito o isolamento da colônia do fungo e sua identificação.”
A pesquisa está inserida no Programa Antártico Brasileiro (Proantar), do governo federal, gerido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), que tem presença no continente antártico. O fungo foi objeto de avaliações biológicas desde o extrato bruto, passando pelas frações obtidas e chegando até as substâncias isoladas, de modo a identificar quais apresentam atividade biológica. “Como a resistência a antibióticos está cada vez mais presente no cotidiano, a atividade antimicrobiana foi analisada, pois há interesse em encontrar novas moléculas que sejam efetivas contra os mais diferentes tipos de micro-organismos”, diz a pesquisadora Verônica.
“Por meio do ensaio foi verificada a atividade leishmanicida, pois além da leishmaniose ser uma doença negligenciada, o parasita desenvolveu resistência ao tratamento de primeira linha, que pode ainda causar complicações cardíacas”, destaca a pesquisadora. “Também foi pesquisada a atividade de fotoproteção, já que o continente Antártico é o mais exposto à radiação ultravioleta dentre todos os continentes, por isso acredita-se que os micro e macro-organismos desse ambiente produzam substâncias capazes de protegê-los contra possíveis danos solares.”
Acesse a notícia completa no site do Jornal da USP.
Fonte: Júlio Bernardes, Jornal da USP. Imagem: Verônica Rêgo de Moraes, divulgação.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar