Notícia
Ferramenta prevê influência do clima sobre agricultura em 2018
Divulgação
Lançado em agosto de 2016 pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, o Sistema TempoCampo finalizou o ano de 2017 com projeções climáticas para 2018.
Criado no Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, o Sistema TempoCampo é resultado da intersecção de diversos projetos de pesquisa na área de modelagem agrícola e agrometeorologia. Com um banco de dados climáticos para todos os Estados brasileiros, o sistema oferece aos produtores a possibilidade de antever os efeitos do clima sobre determinadas culturas ao longo das safras. É possível saber, assim, se elas serão favorecidas ou prejudicadas por fatores meteorológicos.
“Inicialmente, fazíamos projeções de cenários futuros apenas para as culturas de cana-de-açúcar – de grande influência econômica, cultural e social no Brasil, que é o maior produtor de cana do mundo. Felizmente, em 2017, conseguimos expandir e passamos a analisar culturas de soja – a principal commodity agrícola do País –, em associação com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)”, revela o coordenador do sistema e professor da Esalq, Dr. Fábio Ricardo Marin.
Funcionamento
Semanalmente, o sistema reporta boletins automáticos com as condições meteorológicas (temperatura, chuva, evapotranspiração, umidade do solo, radiação solar). A biometria digital, um dos produtos da ferramenta, compara as curvas de crescimento da safra atual com dados históricos e gera projeções futuras de produtividade e de produção.
Conforme o coordenador explica, o sistema possui o Coeficiente de Produtividade Climática (CPC), um indicador que apresenta o efeito do clima sobre o desempenho da cultura. O CPC é dado pela razão entre a produtividade da safra atual e a produtividade da safra passada, variando normalmente entre 0,7 e 1,3. “Se o CPC for maior que um, o sistema indica que o clima da safra atual resultou em condições superiores de produtividade ao da safra passada. Se o CPC for menor que um, o sistema indica que o clima da safra atual resultou em condições inferiores de produtividade ao da safra passada”, explica.
Por exemplo, os CPCs gerados pelo Sistema TempoCampo para a safra de soja 2017-2018 na região do Matopiba estão em torno de 0,7 e 0,9 – conforme aponta o mapa abaixo. Esses resultados demonstram a queda da produtividade de soja em toda a região considerada a grande fronteira agrícola nacional, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Projeções para 2018
Durante todo o ano de 2017, o Sistema TempoCampo operou junto ao setor canavieiro, captando a influência do clima na produção de cana. “Um dos resultados que o sistema mostrou é que o pontal do Paranapanema, entre os Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, teve uma queda de produtividade – região que desde janeiro apontava uma tendência à queda da produtividade devido a eventos climáticos”, relata Marin. “A cana-de-açúcar foi a primeira cultura implementada no sistema e já oferece suporte a grandes grupos produtores brasileiros e apoia entidades de representação nacional no monitoramento climático e previsão de safra”, acrescenta.
No início de dezembro, o sistema iniciou as projeções do clima e seus impactos sobre a cultura da cana para o próximo ano. “Apesar da expressiva seca durante os meses de setembro e outubro de 2017, o sistema ainda não apontou uma queda de safra para 2018. Assim, existe uma probabilidade muito grande de que esses canaviais se recuperem”, explica o professor.
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