Notícia
Ferramenta de modelagem de escoamento de sedimentos pode mudar o jogo para a Grande Barreira de Corais
Sedimentos reduzem a luz necessária para o crescimento de ervas marinhas e corais e podem sufocá-los
Ank Kumar via Wikimedia Commons
Fonte
Universidade Griffith
Data
terça-feira, 9 maio 2023 06:15
Áreas
Biodiversidade. Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia. Geociências. Hidrologia. Modelagem Matemática. Oceanografia. Recursos Naturais. Saúde Ambiental. Sustentabilidade.
Explorar as complexidades do escoamento de sedimentos de ravinas erodidas, compreender como isso afeta um dos recifes de coral mais emblemáticos do mundo e desenvolver uma ferramenta de modelagem simples para acelerar os esforços de mitigação é o foco de um novo projeto liderado pela Universidade Griffith, na Austrália, que acaba receber $ 1,03 milhão (cerca de R$ 3,5 milhões) em financiamento.
A Dra. Melanie Roberts, do Griffith’s Australian Rivers Institute, e parceira do Departamento de Meio Ambiente e Ciência de Queensland, recebeu o investimento para apoiar seu projeto ‘Um novo modelo de erosão de ravinas de captação para a Grande Barreira de Corais’.
A má qualidade da água – na forma de excesso de nutrientes, sedimentos e pesticidas transportados das bacias hidrográficas – afeta a saúde e a recuperação da Grande Barreira de Corais (GBC) de várias maneiras.
Os sedimentos reduzem a luz necessária para o crescimento de ervas marinhas e corais e podem sufocá-los. Altos níveis de nutrientes podem desencadear a proliferação de algas e exacerbar surtos de estrelas-do-mar coroa-de-espinhos.
“Recentemente, em parceria com o Departamento de Meio Ambiente e Ciência e a Rede de Modelagem de Água de Queensland, desenvolvemos o modelo Modeling Erosion Resistance for Gully Erosion (MERGE), que é uma ferramenta matemática simples para testar diferentes tratamentos de ravinas para entender a sua eficácia em um local específico”, disse a Dra. Melanie Roberts.
“Ao fornecer as ferramentas para direcionar as ações para onde elas serão mais eficazes, vamos acelerar os impactos do trabalho para reduzir a quantidade de sedimentos e nutrientes que são erodidos das ravinas, melhorando a qualidade da água na GBC”, continuou a pesquisadora.
Os resultados esperados do projeto incluem uma ferramenta validada de tomada de decisão de reabilitação de terras, beneficiando os gestores de recursos naturais e aumentando a capacidade de atender às metas da política Reef 2050.
“Os administradores e proprietários de terras de Queensland têm uma forte conexão com suas terras e o meio ambiente, mas precisam de apoio para garantir que estejam direcionando esforços para onde serão mais eficazes. Esta ferramenta os ajudará a atingir esses objetivos para evitar a erosão. E esses proprietários e administradores de terras também serão apoiados em seu trabalho por mercados emergentes de capital natural, que dependem de métodos eficazes e testados para avaliar as ações tomadas para proteger o meio ambiente”, disse a Dra. Roberts.
A pesquisadora disse que a taxa na qual ravinas individuais estão contribuindo para a sedimentação na GBC difere muito. Diferentes regiões e tipos de ravinas erodem mais rapidamente do que outras, com a taxa de erosão de uma única ravina variando muito ao longo da vida da ravina: “O que observamos no passado nem sempre é o melhor indicador do que acontecerá em um local no futuro”, disse ela.
“Além disso, diferentes tratamentos funcionaram de maneira muito diferente em diferentes locais, tornando muito complexo direcionar recursos limitados para onde eles serão mais eficazes para atingir as metas de redução de sedimentos. A modelagem matemática, portanto, fornece ferramentas para explorar e entender os sistemas de maneiras e em escalas de tempo impraticáveis no campo”, continuou a professora.
“Adoro o desafio de equilibrar as complexidades de um sistema real com a necessidade de simplificar para ser tratável e prático para o o usuário final. A matemática em si é divertida, mas sou motivada principalmente pela chance de fazer a diferença e fornecer uma ferramenta que ajudará outras pessoas em seu trabalho – e proteger a GBC é a melhor aplicação”, concluiu a Dra. Melanie Roberts.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Griffith (em inglês).
Fonte: Carley Rosengreen, Universidade Griffith. Imagem: a grande Barreira de Corais. Fonte: Ank Kumar via Wikimedia Commons.
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