Notícia
Estudo sugere que poluição do ar por material particulado fino causa mais mortes prematuras do que o esperado
Pesquisadores descobriram que o risco de mortalidade aumenta mesmo em níveis muito baixos de PM2,5 ao ar livre, o que não havia sido reconhecido anteriormente como potencialmente mortal
rawpixel via Freepik
Fonte
Universidade McGill
Data
quarta-feira, 16 novembro 2022 06:45
Áreas
Cidades. Ciência Ambiental. Ciência de Dados. Engenharia Ambiental. Monitoramento Ambiental. ODS. Qualidade do Ar. Saúde. Sociedade. Toxicologia.
As estimativas mais recentes da Organização Mundial da Saúde (2016) apontam que mais de 4,2 milhões de pessoas morrem prematuramente a cada ano devido à exposição prolongada a partículas finas de poluição do ar (PM2,5).
Mas um estudo recente envolvendo pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, sugere que o número global anual de mortes causadas pela exposição à poluição por partículas PM2,5 pode ser significativamente maior do que se pensava anteriormente. Isso ocorre porque os pesquisadores descobriram que o risco de mortalidade aumenta mesmo em níveis muito baixos de PM2,5 ao ar livre, o que não havia sido reconhecido anteriormente como potencialmente mortal. Essas toxinas microscópicas causam uma série de doenças cardiovasculares e respiratórias, além de cânceres.
“Descobrimos que o [particulado] PM2,5 ao ar livre pode ser responsável por até 1,5 milhão de mortes adicionais em todo o mundo a cada ano devido aos efeitos em concentrações muito baixas que não foram consideradas anteriormente”, disse o Dr. Scott Weichenthal, professor do Departamento de Epidemiologia, Bioestatística e Saúde Ocupacional da Universidade McGill e autor principal do artigo publicado na revista Science Advances.
Dados canadenses permitem avançar na compreensão global dos efeitos da poluição externa
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão combinando dados de saúde e mortalidade de sete milhões de canadenses coletados ao longo de um período de 25 anos com informações sobre os níveis de concentração de PM2,5 ao ar livre em todo o país. O Canadá é um país com baixos níveis de PM2,5 ao ar livre, tornando-o o local perfeito para estudar os impactos na saúde em baixas concentrações.
O conhecimento adquirido no Canadá foi então usado para atualizar a extremidade inferior da escala que é usada para descrever como o risco de mortalidade muda com os níveis de PM2,5 ao ar livre. O resultado? Uma melhor compreensão de como a poluição do ar afeta a saúde em escala global.
A OMS estabeleceu recentemente novas diretrizes ambiciosas para a poluição média anual do ar externo por partículas finas, cortando suas recomendações anteriores pela metade, de concentrações de 10 para concentrações de 5 microgramas (mg) por metro cúbico. O padrão atual da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) de 12 (mg) por metro cúbico é agora mais que o dobro do valor recomendado pela OMS.
“Uma conclusão é que os benefícios globais para a saúde decorrentes do cumprimento da nova diretriz da OMS são provavelmente muito maiores do que se supunha anteriormente”, acrescentou o professor Scott Weichenthal. “Os próximos passos são parar de focar apenas na massa das partículas e começar a olhar mais de perto a composição das partículas porque algumas partículas provavelmente são mais prejudiciais do que outras. Se pudermos entender melhor isso, poderemos ser muito mais eficientes na elaboração de intervenções regulatórias para melhorar a saúde da população”, concluiu o pesquisador.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade McGill (em inglês).
Fonte: Katherine Gombay, Universidade McGill. Imagem: rawpixel via Freepik.
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