Notícia

Estudo revela situação alarmante da poluição por plásticos no oceano

Estudo mostrou que o impacto dos plásticos na fauna marinha é significativo

jcomp via Freepik

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

sábado, 29 junho 2024 11:55

Áreas

Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia. Gestão Ambiental. Gestão de Resíduos. Materiais. Oceanografia. Saúde. Saúde Ambiental. Sustentabilidade.

Um estudo de revisão de 181 artigos científicos que abordam a poluição na costa Sul-Americana do Oceano Atlântico revelou a distribuição, as características e os impactos dos detritos plásticos no mar, além de examinar as políticas e iniciativas legais para combater essa ameaça ambiental. O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), concluiu que o nível de poluição na região é equivalente ao dos oceanos mais poluídos do mundo. 

O estudo foi publicado recentemente na revista científica Science of the Total Environment por integrantes do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA) e do Laboratório de Pesquisas em Resíduos Sólidos (LARESO) da UFSC.

De acordo com o primeiro autor do artigo, o mestrando Igor Marcon Belli – orientado pelo professor Dr. Armando Borges de Castilhos Junior e coorientado pelo Dr. Davide Franco, ambos professores do PPGEA –, a pesquisa é a primeira análise regional que avalia tanto macro quanto microplásticos em águas costeiras, sedimentos e fauna marinha, apontando as áreas mais afetadas e as características desses materiais. O estudo também identificou as legislações e iniciativas não governamentais para combater a poluição por plástico na região.

“As principais organizações internacionais sobre o meio ambiente afirmam que a presença de materiais plásticos nos mares e oceanos já se estabeleceu como uma questão ambiental crítica. Macroplásticos, que incluem itens do dia a dia como sacolas, garrafas, canudos e outros recipientes descartáveis, frequentemente acabam em ambientes marinhos devido à gestão inadequada em zonas urbanas ou como resultado de atividades no mar. Com o tempo, esses materiais podem se fragmentar em partículas menores conhecidas como microplásticos, representando um desafio crescente para a saúde dos ecossistemas marinhos”, afirmou Igor Belli.

O estudo mostrou que o impacto dos plásticos na fauna marinha é significativo. Em um período de apenas 7 anos – de 2010 a 2017 – houve um aumento em 10 vezes na ingestão desses detritos por tartarugas, peixes, aves e mamíferos marinhos. O material se acumula no sistema digestivo, levando à fome e à desidratação. Os macroplásticos também podem causar asfixia e limitação de movimentos, quando se emaranham aos corpos desses animais – situações que sempre geram muito sofrimento. 

Dentre as tartarugas examinadas, o estudo revelou que a tartaruga verde (Chelonia mydas), que está ameaçada de extinção, apresentou uma taxa altíssima de ingestão de detritos plásticos: entre os indivíduos da espécie encontrados na costa brasileira, 93% ingeriram detritos plásticos. Entre os itens mais frequentemente ingeridos estão as sacolas plásticas, que podem ser confundidas com comida. 

“É importante enfatizar que a área em questão está excluída do Programa Marítimo Regional da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Este programa é dedicado à preservação dos ecossistemas marinhos e costeiros globais. Além disso, os países da região reciclam apenas uma pequena fração dos resíduos plásticos que produzem”, destacou Igor Belli. 

O estudo identificou que, em média, os plásticos representam 70% dos resíduos coletados nas praias. A quantidade desses materiais tende a ser maior em praias de fácil acesso e aumenta com a proximidade de áreas urbanas. “Atividades de lazer podem ser responsáveis por cerca de 63,6% dos plásticos presentes, enquanto a pesca contribui com 34%. Portanto, combinar o gerenciamento de resíduos, a educação ambiental e a melhoria das infraestruturas nas praias pode reduzir a poluição por plásticos”, concluiu o mestrando.  

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.

Fonte: UFSC. Imagem: jcomp via Freepik.

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