Notícia
Estudo pioneiro mostra alternativa para produção de biocombustível e bioprocessos
Pesquisa com micro e macroalgas no Instituto de Química e Biotecnologia visa produção industrial de biocombustível/bioquímicos e tratamento de efluentes
Pixabay
Fonte
UFAL | Universidade Federal de Alagoas
Data
quinta-feira, 31 maio 2018 10:00
Áreas
Energia, Gestão de Resíduos, Pesquisa, Sustentabilidade
O retorno à Universidade Federal de Alagoas do engenheiro químico o Dr. Carlos Eduardo de Farias Silva, desta vez para o pós-doutorado no Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), vai impulsionar ainda mais a área de pesquisa da dinâmica unidade acadêmica ao se integrar ao Grupo de Eletroquímica. O motivo é o estudo pioneiro em Alagoas que visa a produção industrial de biocombustível/bioprocessos a partir de micro e macroalgas.
No Brasil, o estudo para produção de bioetanol é de primeira geração, ou seja, por meio da cana-de-açúcar, que segundo o pesquisador, apresenta alguns inconvenientes. Um deles é por ser uma matéria-prima alimentar e no caso de Alagoas, é quanto à dificuldade de expansão dessa cultura em terras aráveis próprias para o cultivo, mesmo reconhecendo-se, no geral, que há uma demanda mundial de etanol ainda crescente, quase dobrando na última década.
O estudo na Ufal, iniciado por Carlos Eduardo após doutorado concluído no ano passado na Universidade de Pádua, na Itália, é feito com a macroalga sargaço, abundante no litoral alagoano, e com as microalgas chlorella e scenedesmus de água doce. Estas, adquiridas no Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e, também, por intermédio da professora Élica Guedes, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS/Ufal), que desenvolve pesquisas com essa classe de organismos fotossintéticos.
Ao destacar a importância do estudo, Carlos Eduardo diz que em sua tese de doutorado ficou comprovado, em laboratórios, que as microalgas (terceira geração) podem produzir até cinco vezes mais etanol do que a cana-de-açúcar, apesar de não haver uma atividade industrial consolidada e, portanto, ainda possuir um alto custo de cultivo. Ele acrescenta: “As microalgas são mais fáceis de ser hidrolisadas e fermentadas para a produção do bioetanol em relação à biomassa lignocelulósica porque não têm lignina, grande empecilho da segunda geração. Elas também crescem mais rápido do que as plantas e podem acumular até 60% de seu conteúdo celular de carboidratos”. Para obtenção desses resultados, o estudo científico proporcionou experimentos com três espécies de algas trabalhando em modo contínuo ou em batelada.
Carlos acrescentou que no Brasil há investimentos em etanol da segunda geração, palha e bagaço de cana-de-açúcar, principalmente, para a produção de bioetanol, mas segundo ele, ainda não foi alcançado o desenvolvimento industrial suficiente para se consolidar como processo. “Ainda não se tornou viável devido a problemas no pré-tratamento, hidrólise [conversão dos açúcares mais complexos da biomassa em monossocarídeos], e para o processo de fermentação e obtenção do etanol para o biocombustível”, enfatizou.
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Fonte: Diana Monteiro, UFAL. Imagem: Pixabay.
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