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Estudo mostra viabilidade do plantio de pau-rosa com métodos não destrutivos

Divulgação

Fonte

Luciete Pedrosa | INPA

Data

quarta-feira, 7 fevereiro 2018 12:00

Áreas

Agricultura, Mudanças Climáticas, Sustentabilidade

Estudo inédito do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) mostra que é possível conservar, mediante manejo de plantios comerciais e com métodos não destrutivos, o pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke), uma espécie arbórea amazônica que produz um dos óleos essenciais mais valiosos do mundo utilizado pela indústria de perfumaria fina. Por causa da superexploração extrativista, a espécie, que já foi o terceiro produto da balança comercial do Estado do Amazonas, está ameaçada de extinção.

Estudo inédito do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) mostra que é possível conservar, mediante manejo de plantios comerciais e com métodos não destrutivos, o pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke), uma espécie arbórea amazônica que produz um dos óleos essenciais mais valiosos do mundo utilizado pela indústria de perfumaria fina. Por causa da superexploração extrativista, a espécie, que já foi o terceiro produto da balança comercial do Estado do Amazonas, está ameaçada de extinção.

De acordo com o estudo, é necessário o desenvolvimento de critérios técnicos para o manejo sustentável desses plantios, hoje, escassos ou praticamente inexistentes. O estudo elucidou aspectos relevantes sobre o cultivo do pau-rosa, que estimulam a prática de silvicultura (cultivo de árvores) econômica da espécie.

Atualmente, a colheita do pau-rosa ocorre pela remoção de 100% da copa ou de toda a árvore, depois de cortar o tronco a 50 centímetros acima do solo para, em seguida, extrair óleo essencial de todas as partes da árvore. No estudo, foi abordado o uso da rebrota, a partir do manejo da planta com métodos não destrutivos, chamado manejo da biomassa aérea.

O estudo foi desenvolvido durante o doutorado em Ciências de Florestas Tropicais do Inpa pelo engenheiro florestal, o Dr. Pedro Medrado Krainovic, orientado pelo pesquisador do Instituto Dr. Paulo de Tarso Barbosa Sampaio.

“As informações geradas sobre a silvicultura do pau-rosa tem contribuído para definição de técnicas para o manejo dos plantios pela poda da copa ou decepa das cepas visando o aumento da biomassa aérea e, consequentemente, à produção de óleo”, diz Sampaio, ao acrescentar que o Inpa desenvolve estudos sobre a silvicultura de plantios homogêneos, consorciados e de enriquecimento com espécies florestais nativas da região amazônica desde a década de 60.

Segundo o pesquisador, os estudos desenvolvidos por Krainovic (2016), no município de Maués, demonstram a viabilidade técnica e econômica do cultivo desta espécie em solos com histórico de degradação. “O óleo de pau rosa com origem, rastreabilidade e certificação orgânica apresenta os requisitos essenciais para o novo conceito de economia verde valorizado no mercado internacional”, destaca.

Na opinião de Sampaio, a expectativa de acesso a esse “novo” tem despertado o interesse de produtores locais, que diante dessa oportunidade estão querendo aumentar os investimentos na produção de óleos a partir da madeira, folhas e galhos de árvores plantadas. “Isso possibilitará a disponibilização de maiores volumes de óleo de origem certificada, dinamizando a economia e contribuindo para melhorar a condição econômica e social das comunidades rurais”, diz.

A pesquisa

O trabalho de Krainovic, defendido em 2017, englobou desde aspectos de planejamento e contribuição para mudanças climáticas (modelagem de biomassa), passando pelo manejo da biomassa aérea propriamente dito com a aplicação de métodos silviculturais (aspectos de colheita e acompanhamento da rebrota) e concluindo com estudos sobre a qualidade do produto final (óleo essencial). Isso tudo com a maior amostragem já realizada para a espécie.

Importância

O Dr. Krainovic explica que o estudo contribui para o manejo sustentável do pau-rosa, estimulando a atividade para atrair investidores e incentivar a prática da silvicultura na Amazônia. Silvicultura a ciência que estuda métodos naturais e artificiais de restaurar e melhorar povoamentos florestais para atender às exigências do mercado.

De acordo com o estudo, é possível plantar espécies nativas da Amazônia e obter produtos com diferentes qualidades, o que pode ser interessante para o mercado. O estímulo à cadeia produtiva desses produtos pode alavancar a economia do Estado e, ao mesmo tempo, reduzir a pressão de exploração sobre as populações naturais e com potencial para geração de renda, emprego e desenvolvimento.

Pelo estudo de Krainovic, a proposta da silvicultura como uma boa forma do uso do solo é proporcionar a geração de renda e emprego respeitando a disponibilidade dos recursos para gerações futuras e promovendo desenvolvimento.

A silvicultura econômica pode ser implementada em áreas subutilizadas, degradas ou com histórico de uso por atividades agrícola e pecuária, protegendo o solo e fixando carbono atmosférico em sua biomassa, sendo considerada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) uma boa alternativa de mitigação das mudanças climáticas para a Amazônia.

No entanto, Krainovic destaca que para que isso aconteça é de suma importância que o manejo seja feito da maneira correta, considerando o impacto sobre o solo e a exportação de nutrientes no momento da colheita da biomassa para produção de óleo essencial, o que pode levar solos amazônicos, de baixa fertilidade natural, ao esgotamento.

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Fonte: Luciete Pedrosa – Ascom Inpa. Imagem: Acervo Pedro Krainovic

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