Notícia
Estudantes de Ilhéus utilizam planta aquática para desenvolver bioplástico
Amido retirado da taboa é usado para fabricar o produto biodegradável
Divulgação, FAPESB
Fonte
FAPESB | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
Data
quinta-feira, 5 janeiro 2023 12:05
Áreas
Biotecnologia. Educação Ambiental. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Materiais. ODS. Sustentabilidade. Tecnologias.
A produção de lixo plástico tem atingido níveis preocupantes. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no ano de 2019, por exemplo, foram produzidas cerca de 353 milhões de toneladas de resíduos do material. Desse número, menos de 10% foi reciclado. Com o intuito de contribuir para a diminuição desse tipo de lixo no mundo, Marina Moura e Amanda Pereira, estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, de Ilhéus, orientadas por Margarete Correia, desenvolveram um bioplástico à base de taboa.
A Thypha domingensis, conhecida popularmente como taboa, é uma planta aquática que pode ser encontrada em rios, manguezais e brejos. Segundo as estudantes, o processo de fabricação do bioplástico foi dividido em etapas. Primeiro é realizada a extração do amido da planta, que é colhida, lavada, cortada e triturada no liquidificador com água. Após esse processo, o líquido é filtrado e passa por decantação. Na sequência, é produzido o plástico biodegradável com o amido e, por fim, é realizado o teste de espessura.
De acordo com Marina Moura, a ideia de desenvolver o bioplástico utilizando como matéria-prima a taboa surgiu dentro da sala de aula. “Estávamos estudando sobre os plásticos convencionais e os problemas que eles vêm causando na natureza e, principalmente, nos oceanos. Descobrimos como alternativa o bioplástico, que é oriundo de fontes renováveis como celulose ou amido. Essa informação despertou o nosso interesse e realizamos pesquisas sobre plantas, até que encontramos a taboa”, destacou a estudante.
Para Amanda Pereira, o produto apresenta um grande diferencial em relação a outros existentes no mercado, pois elas utilizam como material principal um cultivo que é considerado uma praga. “Usamos uma matéria-prima nunca utilizada para essa finalidade, já que muitas pessoas a consideram apenas como uma praga presente nos rios, brejos e manguezais. Com o nosso produto, damos uma nova utilidade e agregamos valor à planta”.
O projeto, que faz parte do Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação da Bahia, ficou em primeiro lugar, na categoria Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias, na 10ª Feira de Ciência, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA). As jovens cientistas também contam com o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
A professora Margarete Correia ressaltou que o produto está em desenvolvimento: “Vamos realizar teste de tração, permeabilidade e solubilidade, e aprimorar o nosso material para que seja eficiente”.
Acesse a notícia na página da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
Fonte: Ascom/FAPESB. Imagem: Divulgação, FAPESB.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar