Notícia

Espécies vegetais biorremediadoras serão testadas para reduzir poluição atmosférica em São Paulo

Estudo pioneiro liderado pelo IPEN/CNEN avalia as melhores espécies visando mais qualidade no ar e o consequente benefício à saúde da população

Divulgação, IPEN

Fonte

IPEN | Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares

Data

quinta-feira, 25 agosto 2022 06:20

Áreas

Cidades. Ciência Ambiental. Engenharia Ambiental. Monitoramento Ambiental. Qualidade do Ar. Saúde. Saúde Ambiental. Sociedade.

Projeto liderado pelos pesquisadores Dr. Paulo Sergio da Silva, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), e Dra. Silvia Ribeiro de Souza, do Instituto de Pesquisas Ambientais, além do Dr. Thiago Nogueira, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), tem como objetivo reduzir as quantidades de material particulado do ar utilizando espécies vegetais biorremediadoras. Trata-se do estudo ‘Avaliação de Espécies Vegetais das Unidades de Conservação no Emprego de Tecnologias Verdes para Remediação da Poluição do Ar’, implementado em 2021, cujos resultados podem oferecer uma melhora na qualidade de vida dos cidadãos de São Paulo.

A proposta inicial é caracterizar a quantidade de material particulado presente no ar de algumas regiões da cidade de São Paulo. Em seguida, os pesquisadores selecionarão espécies vegetais com melhor potencial para retirar esses poluentes e realizarão uma série de testes, a fim de obter ganhos duradouros para uma melhora na saúde do paulistano.

Elaborado em 2019, o estudo foi apresentado, pela primeira vez, em um webinar em outubro de 2020 e concorreu em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) sobre propostas para resolução de problemas ambientais. Em 2021, foi readaptado para fazer parte do programa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo (SIMA/SP). A duração estimada do projeto é de quatro anos, e a expectativa é de que, caso obtenha bons resultados, possa fundamentar a elaboração de políticas públicas.

O desenvolvimento de tecnologias verdes para proporcionar melhoras na saúde da população é uma alternativa em uma cidade caracterizada por alta emissão de poluentes, principalmente por veículos. O Dr. Paulo Sergio da Silva explicou que isso ocorrerá a partir das propriedades naturais das espécies vegetais em retirar material particulado do ar. O pesquisador disse que a execução do projeto seria capaz de diminuir os índices de doenças respiratórias assim como os gastos em tratamentos.

A adsorção é processo que permite às plantas retirarem as impurezas do ar. Trata-se da adesão do material particulado do ambiente à superfície das folhas, de modo que ambos fiquem interligados. As plantas que melhor apresentarem essa propriedade sem que sua saúde seja comprometida serão as escolhidas.

O Dr. Paulo explicou que o IPEN-CNEN será responsável por utilizar as técnicas desenvolvidas no Instituto para determinar a concentração dos elementos metálicos presentes no material particulado do ar, solo e folhas. A principal das técnicas aplicadas será a da Análise por Ativação Neutrônica.

Metodologia

A proposta é utilizar as plantas que melhor se adequem aos ambientes em que serão inseridas. O Dr, Paulo da Silva destacou a importância do planejamento na escolha das espécies vegetais, de acordo com cada local. O pesquisador disse que há critérios para essa escolha e indica que o perfil desejado para as plantas é que sejam resistentes, não consumam água em excesso, não causem danos ao ambiente e sejam 100% nativas, entre outros fatores.

O pesquisador explicou ainda que a primeira etapa consiste em caracterizar e identificar as espécies vegetais biorremediadoras para selecioná-las. O passo seguinte é a realização de testes efetivos, com monitoramento da eficiência das plantas colocadas em alguns pontos estratégicos.

De acordo com o pesquisador, as espécies de pequeno porte serão testadas em estufas e, dependendo da adesão da população, também podem ser monitoradas de dentro das casas de possíveis voluntários. Já os testes com árvores de grande porte incluem análises em unidades de conservação. Em uma terceira etapa, a partir dos dados obtidos, será feita uma estimativa percentual sobre a melhora na saúde da população com a implantação dessas espécies vegetais.

Foram selecionadas duas unidades de conservação para os testes iniciais: o Parque Estadual Fontes do Ipiranga – zona sul de São Paulo; e a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade – em Rio Claro-SP.

O trabalho dentro das unidades de conservação consiste em analisar as espécies nativas que melhor se encaixem no perfil desejado. Inicialmente, elas serão analisadas na área central do parque e, gradualmente, serão implementadas e analisadas em pontos cada vez mais distantes. As espécies vegetais serão dispostas, gradualmente, das regiões com menos poluição até as mais poluídas, partindo do centro das unidades de conservação para o exterior.

O objetivo final é estabelecer o tipo de planta e a quantidade que deve ser inserida no ambiente para que seja capaz de reduzir os índices de determinado poluente presente no ar. A grande expectativa é poder contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população.

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.

Fonte: Leonardo Noaves, IPEN/CNEN.

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