Notícia
Equipamento que mede a água infiltrada no solo chegará ao mercado
Tecnologia inovadora mede de maneira automatizada a capacidade do solo de absorver água, a chamada condutividade hidráulica
Divulgação, Embrapa
Fonte
Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Data
sexta-feira, 21 julho 2023 06:10
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciência Ambiental. Engenharia Ambiental. Inovação. Solos. Tecnologias.
Tecnologia que mede a capacidade de a água fluir no solo está próxima de ser disponibilizada ao setor produtivo. Desenvolvido em parceria entre a Embrapa Solos (RJ) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o permeâmetro digital despertou o interesse da empresa Falker, que deverá embarcá-lo em mais de um produto para diagnóstico de solos. A empresa espera ter um protótipo dentro dos próximos oito meses e, logo em seguida, pretende disponibilizar versões comerciais.
O permeâmetro é o tipo de equipamento mais usado no mundo para avaliar a condução da água nos solos. A tecnologia desenvolvida pelo CBPF e pela Embrapa faz a coleta de dados digitalmente usando um computador de baixo custo.
Economia de tempo e maior precisão
A avaliação da condutividade hidráulica do solo é um trabalho demorado, que depende de um técnico treinado para fazer a coleta. O novo permeâmetro automatiza essa coleta dos dados de fluxo de água pelo solo e registra o seu tempo. Com esses dados, a geometria do aparelho e do poço escavado, é possível estimar com precisão a condutividade hidráulica do solo.
O equipamento registra os dados em um cartão de memória. A tecnologia permite acompanhar as avaliações e registrar os dados em um telefone celular por conexão bluetooth. Não é necessário o uso de um notebook no campo. Estudos de validação e comparação com equipamentos manuais já foram feitos e serão validados em outros solos e regiões do Brasil.
“Acreditamos que o resultado desse projeto pode gerar um produto que complemente a linha de produtos da empresa. Os diagnósticos relacionados à física do solo são complementares ao que já trabalhamos”, informa o engenheiro Marcio Albuquerque, CEO da Falker, ressaltando que a empresa é atualmente a principal fabricante nacional de penetrômetros, outro equipamento também voltado à análise de solos.
Com esse aparelho, o técnico, que nos métodos convencionais fica por horas anotando os valores de fluxos, é liberado para fazer outras avaliações e coletas, aumentando o rendimento e a eficiência do trabalho no meio rural. Além disso, o equipamento tem uma precisão de leitura de milímetros e um registro de tempo de décimos de segundo, o que aumenta a precisão dos dados coletados. O progresso do novo dispositivo vem do fato de as medidas serem obtidas digitalmente.
Os desenvolvedores do novo equipamento esperam que esse seja o primeiro de uma série de produtos destinados a realizar a avaliação de propriedades do solo diretamente no campo. Isso é interessante ao produtor, uma vez que a condutividade hidráulica saturada e a infiltração são parâmetros essenciais para a agronomia, em especial na irrigação, e ajudam na análise de riscos climáticos.
“Profissionais ligados à engenharia ambiental têm uma grande demanda dessas análises para construção de aterros sanitários, por exemplo. Na área da hidrologia, os dados são usados no cálculo de recarga de aquíferos”, declara o Dr. Wenceslau Teixeira, pesquisador da Embrapa, ressaltando que a condutividade hidráulica é um parâmetro bastante raro, porque a sua avaliação é bastante morosa. “A minha expectativa é que, com um equipamento com custos reduzidos em relação aos importados e com coleta automática, com redução do esforço, nós podemos aumentar a disponibilidade desse parâmetro e difundir o seu uso em outros projeto”, prevê o cientista.
A parceria entre a Embrapa, a CBPF e a Falker visa transformar um protótipo de pesquisa em um produto comercial, o que requer adequá-lo às linhas de produção, testar sua robustez, além de realizar os procedimentos de calibração e manutenção, o design e a capacidade de chegar ao consumidor final, entre outras questões que surgem no desafio da inovação tecnológica.
“Todos os parceiros estão bastante empolgados e otimistas. Acreditamos que o trabalho irá avançar de maneira célere com expectativa que dentro de seis a oito meses já tenhamos um protótipo-piloto e, em seguida, o produto comercial sendo ofertado ao mercado”, acredita a Dra. Gizelle Bedendo, analista da Embrapa Solos.
Acesse a notícia completa na página da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Fonte: Carlos Dias, Embrapa Solos. Imagem: Divulgação, Embrapa.
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