Notícia
Economia circular de têxteis é fundamental em tempos de ‘fast fashion’
Consumidores estão inevitavelmente participando de um mercado de moda que produz roupas a custos cada vez mais baixos, incentivando a compra por impulso
Divulgação, Universidade Monash
Fonte
Universidade Monash
Data
sexta-feira, 2 abril 2021 11:50
Áreas
Economia. Indústria. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Sociedade. Sustentabilidade.
Em breve, a mudança climática pode mudar a maneira de como as pessoas se vestem. Roupas que nunca foram usadas ou que foram usadas apenas uma vez estão sendo descartadas, disse a Dra. Aleasha McCallion, e isso está desperdiçando nossos recursos naturais e contribuindo para nossas emissões de efeito estufa. A Dra. Aleasha McCallion é pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Sustentável da Universidade Monash (MSDI), na Austrália.
Aumentar a consciência de como as roupas são feitas e o que acontece com elas quando não precisamos mais delas e como podemos comprá-las, usá-las e descartá-las de maneira diferente pode ajudar potencialmente o planeta.
Embora adolescentes sejam frequentemente ‘culpados’ por comprar roupas – e logo depois descartá-las- o chamado fast fashion, qualquer um que trate roupas novas como itens descartáveis está contribuindo para o problema, destacou a Dra. McCallion. Os consumidores estão inevitavelmente participando de um mercado de moda que produz roupas a custos cada vez mais baixos, incentivando a compra por impulso ou a comprar por entretenimento.
“Países da OCDE como Austrália, Reino Unido e Estados Unidos estão liderando essa tendência. Continuamos a comprar e a produzir cada vez mais e, ao mesmo tempo, a usar cada vez menos as roupas compradas”, disse a pesquisadora.
Em um relatório para o MSDI, a Dra. McCallion e os colegas pesquisadores Dr. Jim Curtis e Julie Boulton apresentaram algumas estatísticas impressionantes sobre a escala do problema:
- A cada 10 minutos, cerca de 6.000 quilos de tecidos e roupas são despejados em aterros sanitários na Austrália.
- Apenas 1% do total de roupas descartadas coletadas são recicladas.
- 100 bilhões de roupas são produzidas globalmente a cada ano, com 33% indo para aterros sanitários no primeiro ano da compra.
- Estima-se que a indústria têxtil emita 8% das emissões de carbono e 20% das águas residuais do mundo.
A Dra. McCallion disse que é impossível alcançar emissões líquidas zero sem incluir a indústria têxtil global, mas o setor é frequentemente esquecido.
O relatório citou um estudo do conselho vitoriano como exemplo de quando os têxteis são incluídos em dados de resíduos domésticos. Foi constatado que os têxteis representam 3% do lixo doméstico, a par do plástico – e mais do que o vidro (2%) e o aço e o alumínio (2%).
Uma nova vida, por mais tempo
Uma economia têxtil circular permitiria que as roupas fossem compradas, revendidas ou reaproveitadas pelo maior tempo possível, em escala. As fibras naturais podem retornar à biosfera no final de sua vida. “Em nossa pesquisa, nossa primeira pergunta foi: o que a indústria já está fazendo? Em quais iniciativas de sustentabilidade eles estão investindo e quais iniciativas circulares eles estão olhando? Muitas empresas não sabem ser circulares. Eles estão fabricando mais produtos para gerar receita, em vez de serem capazes de gerar lucros várias vezes com o mesmo produto físico ” disse a Dra. McCallion.
Ao mesmo tempo, está crescendo a consciência de que os hábitos e escolhas dos consumidores estão maduros para mudanças, o que significa que mesmo as empresas de alto volume e baixo custo estão investigando como se adaptar a um modelo circular. Por exemplo, muitos grandes varejistas já estão fazendo a transição para uma economia circular, usando poliéster reciclado em alguns produtos de grande volume e fazendo mais camisetas de algodão orgânico: “Isso pode afetar a produção de centenas de milhares de itens de uma vez, e isso é realmente poderoso”, destacou a pesquisadora.
A economia circular oferece importantes oportunidades econômicas, inclusive mais equitativas.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).
Fonte: Universidade Monash. Imagem: Divulgação, Universidade Monash.
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