Notícia

Diversidade brasileira ganha catálogo de todos os seres vivos do País

O estudo, que reuniu cerca de dois mil taxonomistas e uma centena de instituições, até agora indica que o Brasil possui 133.000 espécies de animais e mais de 50 mil espécies de plantas e fungos conhecidas pela ciência

Alex Popovkin via Wikimedia Commons

Fonte

FAPERJ | Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

segunda-feira, 1 maio 2023 19:10

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia. Gestão Ambiental. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Políticas Públicas. Saúde Ambiental. Sustentabilidade. Zoologia.

Uma pesquisa iniciada há 15 anos e sem prazo para terminar reúne em um único catálogo o levantamento completo da flora, fauna e funga [o reino dos fungos] do Brasil. O ‘Catálogo da Vida do Brasil‘, um dos poucos existentes no mundo, é coordenado pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e será oficialmente reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) como a única e oficial lista do País. O próximo passo será o levantamento dos microrganismos e fósseis, além da inclusão dos animais domésticos e de interesse agropecuário. Sob a coordenação do JBRJ, os sistemas serão unificados, hospedados e gerenciados, reunirão todas as espécies de seres vivos do território nacional, com acesso livre para consulta.

O estudo, que reuniu cerca de dois mil taxonomistas e uma centena de instituições, até agora indica que o Brasil possui 133.000 espécies de animais e mais de 50 mil espécies de plantas e fungos conhecidas pela ciência. Mas, conforme explicou a Dra. Rafaela Campostrini Forzza, coordenadora do projeto, todos os dias pelo menos uma nova espécie é catalogada. Por isso a pesquisa está em constante evolução. O catálogo fará com que os números – que foram validados por especialistas do mundo todo – deixem de ser meras estimativas. “Temos a expertise dos taxonomistas, o know-how da COPPE [o Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da UFRJ] na área de sistemas e dados, então, como autarquia do Ministério do Meio Ambiente, concluímos que concentrar todos os dados em nossa base seria positivo”, explicou a Dra. Rafaela.

Com a fundamentação básica e a qualificação das informações, o catálogo irá permitir uma busca online confiável; oferecerá a síntese dos diferentes grupos taxonômicos (por bioma, região, bacia hidrográfica etc.); padronizará nomes científicos em uso, revelará os grupos negligenciados e lacunas de amostragens e confirmará se realmente o Brasil é o país mais megadiverso do mundo. Na opinião da Dra. Rafaela, a maior contribuição da pesquisa será nortear políticas públicas que garantam o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e que identifiquem as áreas prioritárias para conservação.

O projeto, que conta com aporte de R$ 1,165 milhão da FAPERJ por meio do programa de fomento à pesquisa Apoio a Projetos Temáticos no Estado do Rio de Janeiro, teve início em 2008 com a pesquisa ‘Flora do Brasil’, também conduzida pelo Jardim Botânico e atualmente nomeada ‘Flora e Funga do Brasil (FBB)’ por incluir, além das plantas, os fungos. Essa pesquisa também contou com aporte de  recursos de cerca de R$ 2 milhões da FAPERJ, posteriormente consolidada como programa ‘Reflora’, em 2010, pelo governo brasileiro, com suporte financeiro do CNPq.

“Entender a biologia e a ecologia das espécies é fundamental para as tomadas de decisão, principalmente acerca de áreas de conservação”, ressaltou o oceanógrafo Dr. Walter Boeger, mestre e doutor em Zoologia e professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para o pesquisador, o correto nome científico garante a veracidade da informação.

Durante os próximos anos, a microbiologista Dra. Marinella Silva Laport enfrentará o desafio de coordenar o levantamento da lista de microrganismos. Sua equipe é composta de oito colaboradores, que criarão uma rede para cada grupo/chave microbiológica. “Esses organismos estão em todo lugar – água, terra, ar –, por isso sua importância não é mensurável”, destacou a Dra. Marinella. Segundo a pesquisadora, não existe um catálogo de microrganismos – que incluem arqueas e bactérias – no Brasil, e as informações ficam mais restritas às listas de coleções de cultura e aos trabalhos acadêmicos publicados. “Uma vez isso tudo catalogado, poderá ser base de apoio para o desenvolvimento de substâncias com aplicações em diferentes áreas, como por exemplo, novos medicamentos”.

Acesse a notícia completa na página da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Fonte: Paula Guatimosim, FAPERJ. Imagem: Fungo Phillipsia sp., Sarcoscyphaceae. Fonte: Alex Popovkin via Wikimedia Commons.

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