Notícia

Desmatamento na Amazônia faz peixes de riachos “emagrecerem”

Aumento da temperatura da água prejudica crescimento dos peixes de riachos, que perdem até 16% da massa corpórea

Divulgação, Jornal da USP.

Fonte

Jornal da USP | Universidade de São Paulo

Data

quinta-feira, 5 julho 2018 10:15

Áreas

Agricultura, Biodiversidade, Clima, Desmatamento, Mudanças Climáticas, Queimadas.

O desmatamento na Amazônia aumenta em até 6°C a temperatura média dos riachos de cabeceira. O que, por sua vez, leva a uma significativa perda de massa nos peixes que vivem nestes ambientes. É o que sugere um estudo conduzido por pesquisadores da USP e publicado na revista científica PLOS One. No experimento em laboratório, o grupo descobriu que os peixes “emagrecem” até 16% em uma temperatura mais elevada.

A comunidade científica já conhecia a relação entre desmatamento e aquecimento de rios e córregos. “A copa das árvores intercepta, bloqueia e reflete a radiação solar incidente. Uma vez que você remove a floresta, o que ocorre é que a radiação solar incide diretamente sobre o solo e sobre a superfície da água”, explica o Dr. Luís Schiesari, biólogo e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e um dos autores do artigo.

Também já era conhecida a relação entre águas mais quentes e redução do tamanho corpóreo dos organismos. Segundo o Dr. Schiesari, essa relação foi verificada principalmente no caso de organismos de sangue frio, como peixes, anfíbios e répteis, e é reconhecida por cientistas do mundo todo como uma regra universal do aquecimento global.

Sem floresta, temperatura sobe e oscila mais

No trabalho de campo, os pesquisadores mediram a temperatura das águas de seis riachos de cabeceira – nascentes de rios que alimentam o Xingu. Três deles estavam em área de floresta e os outros três, em área que foi desmatada na década de 1980 para dar lugar a pastagens e, posteriormente, convertida em plantação de soja entre 2003 e 2008. As medições mostraram que as águas dos riachos na floresta têm temperatura média de 25°C, com uma variação que vai dos 24°C aos 26°C durante o dia.

Já os riachos de área agrícola têm temperatura média de 28°C, com uma oscilação muito maior, de 24°C a 34°C. Nos horários mais quentes do dia, a diferença de temperatura média chegava a 6°C na comparação entre os riachos de floresta e os de área agrícola. As temperaturas máximas batiam uma diferença de 7°C.

Os cientistas coletaram os peixes que fizeram parte da amostra nos mesmos riachos. Das 29 espécies encontradas, seis delas concentravam 90% dos indivíduos. Eles pesaram os peixes dessas seis espécies e compararam as medidas dos que viviam na floresta com as dos que viviam na área desmatada. Em cinco espécies, os peixes dos riachos de área agrícola eram menores do que os da floresta.

Na natureza, além da temperatura da água, outros fatores influenciam o tamanho dos peixes, como a presença de matéria orgânica na água e a oferta de alimentos. Para analisar o efeito da temperatura isoladamente, era necessário um experimento em laboratório.

Acesse a notícia completa no site do Jornal da USP.

Fonte: Silvana Salles, Jornal da USP. Imagem: divulgação.

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