Notícia

Construções e comunidades resilientes a inundações

Novo livro mostra como podemos adaptar o ambiente natural e o ambiente construído para serem mais resiliente às inundações diante das mudanças climáticas

Unsplash

Fonte

Universidade de Cambridge

Data

terça-feira, 11 fevereiro 2020 13:30

Áreas

Clima. Construção Civil. Mudanças Climáticas.

Edward Barsley, que está concluindo seu doutorado em arquitetura na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, está determinado a ajudar as pessoas a se adaptarem à ameaça de inundações. Seu novo livro oferece conselhos sobre a natureza do risco de inundações, mas também um guia prático e altamente visual para adaptar ambientes naturais e construídos à medida que a ameaça representada pelas inundações continua a aumentar.

“Retrofitting para resiliência a inundações: um guia para construção e projeto comunitário” (Ed. RIBA, 2020) apresenta mais de 300 ilustrações e diagramas originais com estudos de caso de todo o mundo. Com base na pesquisa de Barsley em Cambridge e em seu trabalho como fundador e diretor do Environmental Design Studio (TEDS), ele discute estratégias para novas construções ou adaptação de construções já existentes.

Não se trata de tentar contornar as mudanças climáticas, diz Barsley: “A indústria da construção e os governos ao redor do mundo precisam urgentemente reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Mas já há mudanças suficientes no sistema climático para que as inundações piorem em muitos lugares em um futuro próximo. Precisamos nos preparar para isso e nos adaptar. E se pudermos reduzir a exposição e a vulnerabilidade de edifícios novos e existentes a inundações, evitaremos usar grandes quantidades de energia e materiais em sua recuperação”.

Barsley promove materiais sustentáveis em todo o seu trabalho de design, bem como o gerenciamento natural de inundações, o que traz benefícios ambientais adicionais, incluindo aumento da biodiversidade e restauração de habitats. Ele espera que seu novo livro interesse arquitetos, engenheiros, planejadores urbanos e outros profissionais, mas acabou decidido a criar um guia acessível ao público em geral. Em vez de descrever estratégias de uma maneira excessivamente técnica, ele se propôs a desenvolver um estilo de gráficos que pudesse transmitir claramente os benefícios da adaptação ao risco de inundação.

Os recursos visuais comparam configurações espaciais vulneráveis com configurações resilientes e ilustram as grandes diferenças de resultados e consequências que a resiliência a inundações pode proporcionar.

“Depois de uma enchente as pessoas geralmente ficam sobrecarregadas com a experiência e só querem que as coisas voltem ao seu estado original. Isso é totalmente compreensível, mas também me faz pensar que precisamos ser mais proativos e trabalhar para identificar as propriedades vulneráveis ao risco de inundação e ajudar as pessoas a entender como elas podem se preparar e se adaptar”, observa Barsley.

Ao longo de seu livro, Barsley discute uma ampla gama de estratégias para adaptação ao risco de inundação. Em uma escala maior, ele as classifica em seis táticas espaciais distintas: atenuar, aliviar, restringir, realinhar, criar e abraçar. No nível da propriedade, suas estratégias incluem tornar um edifício “resistente” a inundações (manter a água afastada), torná-lo “recuperável” (tornar o interior do edifício mais compatível com a água) e melhorar a mitigação dos danos (reduzindo a exposição das propriedades).
Ele chama a atenção para vários produtos que podem ser usados para restringir a entrada de água, bem como maneiras de tornar paredes, pisos, eletricidade, encanamento, cozinha e móveis ou acessórios mais resistentes a inundações. Intervenções mais significativas também estão incluídas, como elevar os níveis do piso, adicionar andares e elevar edifícios inteiros. Em todas essas intervenções, Barsley procura reduzir as perturbações sofridas pelas vítimas das inundações e levar as pessoas com segurança de volta à normalidade muito mais rapidamente do que atualmente.

Tendo conversado com várias comunidades afetadas por enchentes, Barsley também percebeu a importância do movimento seguro durante uma enchente. “A água da enchente pode transportar contaminantes importantes ​​e detritos cortantes e, ao se mover em velocidade, até uma quantidade rasa [de água da enchente] pode derrubá-lo. Portanto, precisamos adaptar as redes de infraestrutura e considerar como as pessoas podem se mover com segurança nessas condições. ”

O pesquisador também explorou o potencial de fazer ou reformar uma passarela elevada em partes da comunidade para evitar que os moradores fiquem presos em suas casas ou passem pelas águas da enchente.

Barsley sente que a resiliência está em uma jornada semelhante à do movimento de construção verde. “Cada vez mais materiais, produtos e designs inovadores estão chegando ao mercado, portanto a resiliência não deve ser vista como um compromisso, é apenas uma boa prática”, conclui o especialista.

Acesse a página do livro na Ed. RIBA (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Cambridge (em inglês).

Fonte: Tom Almeroth-Williams, Universidade de Cambridge. Imagem: Unsplash.

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