Notícia

Conservação da biodiversidade requer áreas extensas e estritamente protegidas

Pesquisadores examinaram a biodiversidade de mais de 700 áreas naturais em todo o mundo: estudo pode ajudar a identificar as áreas mais adequadas para proteção

ICMBio

Fonte

Universidade Utrecht

Data

segunda-feira, 28 março 2022 18:15

Áreas

Biodiversidade. Conservação. Ecologia. Engenharia Florestal.

A proteção de habitats é cada vez mais utilizada como meio de preservação da biodiversidade. Mas até que ponto essa abordagem é eficaz? Um novo estudo mostra que o efeito da proteção de áreas florestais depende tanto de seu tamanho quanto de seu status de proteção. O estudo foi liderado pelos biólogos Robert Timmers e Dra. Merel Soons, da Universidade Utrecht, nos Países Baixos. Suas descobertas foram publicadas na revista científica Frontiers in Ecology and the Environment.

Identificando áreas adequadas para proteção

Os resultados podem ajudar a identificar áreas adequadas para proteção, de acordo com os pesquisadores. “Até agora, as medidas de conservação foram aplicadas principalmente em grandes áreas e áreas intactas. Nossos resultados indicam que isso é mais eficaz. Mas também mostramos que faz sentido proteger áreas menores em paisagens fragmentadas, especialmente ao preservar espécies de aves ameaçadas de extinção. Em áreas menores, no entanto, a proteção estrita é mais eficaz”, disse Robert Timmers, doutorando em Utrecht.

Aves como indicadores

Os pesquisadores coletaram dados de observações de pássaros em mais de 700 áreas florestais em todo o mundo. As áreas variaram em tamanho e status de proteção. “As aves são um bom indicador da eficácia da proteção. Isso se deve ao grande número de espécies de aves, sua distribuição global e os importantes papéis que desempenham nos ecossistemas. Além disso, existem muitas medições de alta qualidade disponíveis para aves”, explicou Robert Timmers.

Fragmentos florestais menores, menos espécies

A pesquisa mostrou que a fragmentação e a perda de habitat têm, de fato, grandes consequências para a preservação da biodiversidade. Áreas florestais menores claramente carregam muito menos espécies de aves. Isto é especialmente visível com grandes aves de rapina. Por exemplo, os pesquisadores observaram que o gavião-de-cauda-longa (Urotriorchis macrourus) só foi observado em fragmentos florestais com mais de 100 hectares.

Área pequena, mas bem protegida

No entanto, áreas naturais menores também podem ser eficazes como preservação da biodiversidade, de acordo com os pesquisadores. No entanto, este é o caso apenas quando a área é altamente protegida. Em fragmentos florestais menores a partir de 50 hectares, a proteção rigorosa já leva a mais espécies de aves, em comparação com áreas desprotegidas. Quando a área é apenas moderadamente protegida, o efeito positivo começa a aparecer quando a área mede pelo menos 175 hectares.

Espécies vulneráveis ​​se beneficiam de áreas protegidas

As espécies de aves ameaçadas são mais prováveis ​​de ocorrer em áreas protegidas. Isso indica que a proteção está efetivamente ajudando a proteger essas espécies vulneráveis. Por exemplo, a jacutinga (Pipile jacutinga), que ocorre exclusivamente na Mata Atlântica na América do Sul, só foi encontrada em áreas de proteção integral.

Paisagens fragmentadas

Mas, embora o número de áreas protegidas tenha aumentado, os pesquisadores observam que a superfície total das áreas naturais diminuiu. As áreas protegidas estão, portanto, cada vez mais isoladas, cercadas por áreas agrícolas ou urbanas. Isso levanta a questão de saber se as áreas protegidas em paisagens fragmentadas podem efetivamente proteger as espécies.

Estudo único

O estudo de Robert Timmers e colegas oferece um escopo muito mais amplo do que os anteriores. Ele registra a efetividade de grandes e pequenas áreas protegidas em paisagens fragmentadas com base na biodiversidade e inclui o grau de proteção. “Estudos anteriores sobre a eficácia de áreas protegidas focaram em grandes áreas em paisagens relativamente intactas”, concluiu o doutorando.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Utrecht (em inglês).

Fonte: Aschwin Tenfelde, Universidade Utrecht. Imagem: Parque Nacional da Tijuca. Fonte: ICMBio.

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