Notícia

Conexão das pessoas com a natureza pode ser em parte hereditária

Esforços para aproximar as pessoas da natureza se tornarão cada vez mais importantes, à medida que o impacto de um estilo de vida mais urbano na saúde mental se tornar mais claro

Samuel Theo Manat Silitonga via Pexels

Fonte

Universidade de Queensland

Data

segunda-feira, 7 fevereiro 2022 06:30

Áreas

Biologia. Saúde.

Pela primeira vez, pesquisadores revelaram como os genes de uma pessoa podem desempenhar um papel na conexão com a natureza, potencialmente mudando a maneira como vemos nossa afinidade com o mundo natural. O Dr. Richard Fuller, professor da Universidade de Queensland, na Austrália, juntamente com colaboradores da Universidade Nacional de Cingapura, comparou dados de mais de 1.000 pares de gêmeos idênticos para descobrir como a genética pode influenciar nosso relacionamento com a natureza.

“Nós comparamos gêmeos que foram criados juntos com gêmeos criados separados, na tentativa de demonstrar a hereditariedade genética de duas características: quão fortemente eles se sentem conectados à natureza e a quantidade de tempo que uma pessoa passa na natureza”, disse o professor Fuller.

“Ficamos realmente surpresos com o que encontramos. Dependendo de qual característica você observa, esses comportamentos ‘amantes da natureza’ se mostraram hereditários entre 34 e 48% das vezes. Isso significa que pode haver diferenças genéticas inatas entre a conexão psicológica das pessoas com os ambientes naturais e como elas os experimentam. Nossos resultados ajudam a explicar por que algumas pessoas têm um desejo mais forte do que outras de estar na natureza”, destacou o pesquisador.

Os gêmeos participantes faziam parte do TwinsUK, o maior registro de gêmeos adultos do Reino Unido e o estudo de gêmeos clinicamente mais detalhado do mundo.

A pesquisa se baseia em estudos anteriores que analisaram a relação entre as circunstâncias geográficas de uma pessoa (urbana ou rural) e seu desejo de buscar experiências na natureza. “Nossos resultados reforçaram descobertas anteriores de que o ambiente de uma pessoa é o fator predominante por trás do prazer de estar na natureza. Mas as novas informações sobre o papel da genética na formação de nosso relacionamento com a natureza são uma descoberta significativa”, disse o professor Richard Fuller.

A Dra. Chia-Chen Chang, pesquisadora da Universidade Nacional de Cingapura e principal autora do estudo,  disse que os esforços para aproximar as pessoas da natureza se tornarão cada vez mais importantes, à medida que o impacto de um estilo de vida mais urbano na saúde mental se tornar mais claro. “Sabemos que mais e mais pessoas hoje vivem em ambientes urbanos, e isso geralmente está associado a mais problemas de saúde mental”, destacou a Dra. Chang.

“Isso inclui níveis mais baixos de bem-estar subjetivo, maior risco de distúrbios psiquiátricos ou aumento da depressão e ansiedade”, continuou a pesquisadora. A Dra. Chang disse que o processo de aproximar a natureza do ambiente urbano, ou vice-versa, exigirá soluções em vários níveis.

“Passar um pouco de tempo em casa no jardim pode ser uma ótima maneira de experimentar um pouco da natureza, mas nem sempre isso pode ser alcançado, especialmente para quem está em áreas urbanas. Aumentar a acessibilidade à natureza para os moradores urbanos por meio de projetos como jardins comunitários será extremamente benéfico e desempenhará um papel importante na melhoria do bem-estar geral das pessoas”, concluiu a Dra. Chia-Chen Chang.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica PLOS Biology.

Acesse artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland Austrália. Imagem: Samuel Theo Manat Silitonga via Pexels.

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