Notícia

Cientistas encontram microplásticos em ‘todos os lugares’

Por mar ou por terra, os microplásticos são mais onipresentes do que a ciência sabia, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Cornell e da Universidade Estadual de Utah, nos Estados Unidos

Dra. Janice Brahney

Fonte

Universidade Cornell

Data

terça-feira, 13 abril 2021 06:45

Áreas

Gestão de Resíduos. Resíduos Sólidos. Saúde. Sociedade. Sustentabilidade.

Grandes quantidades de plástico aparecem nos oceanos até como grandes ilhas flutuantes. Nas ruas e estradas, o plástico é frequentemente jogado e dividido em pedaços menores até ficar microscópico, momento em que é lançado na atmosfera e viaja pelo mundo.

Por mar ou por terra, esses pequenos fragmentos de plástico são mais onipresentes do que a ciência sabia, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Cornell e da Universidade Estadual de Utah, nos Estados Unidos. A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Science.

A Dra. Natalie Mahowald, professora de Engenharia da Universidade Cornell, e a autora principal Dra. Janice Brahney, professora de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Utah, descobriram que os plásticos circulam pelos oceanos e estradas e, se pequenos o suficiente, podem se tornar aerossóis microplásticos, que compõem um fluxo em todos os continentes.

“Encontramos muita poluição de plástico em todos os lugares que olhávamos; ele viaja na atmosfera e se deposita em todo o mundo. Este plástico não é novo, deste ano. É aquele que já despejamos no meio ambiente ao longo de várias décadas”, disse a Dra. Brahney.

Os resultados do estudo sugerem que os microplásticos atmosféricos no oeste dos Estados Unidos são derivados principalmente de fontes de reemissão secundária.

De dezembro de 2017 a janeiro de 2019, os pesquisadores coletaram dados de microplásticos atmosféricos do oeste dos EUA, onde 84% dos fragmentos microscópicos vieram da poeira de estradas – a partir de carros e caminhões agitando as partículas. Cerca de 11% [dos fragmentos] entraram na atmosfera devido à pulverização do mar e 5% foram derivados da poeira do solo.

À medida que grandes aglomerados de lixo plástico se fundem em ilhas de plástico nos oceanos, a ação oceânica os transforma em meras partículas de tamanho micrométrico, quando então os ventos as transportam para a atmosfera – por apenas uma hora, ou até por seis dias.

No processo de conduzir outras pesquisas científicas, a professora Janice Brahney descobriu pedaços de microplástico em todos os lugares que frequentou. A Dra. Marje Prank, pós-doutoranda que trabalhou com a Dra. Natalie Mahowald, desenvolveu um modelo de transporte de microplástico para determinar as origens dos pequenos plásticos. Juntas, elas usaram o modelo para deduzir as fontes desses microplásticos.

“Fizemos a modelagem para descobrir as fontes, sem saber quais poderiam ser as fontes. É incrível que tanto plástico esteja na atmosfera nesse nível e, infelizmente, se acumulando nos oceanos e na terra e apenas recirculando e se movendo em todos os lugares, incluindo lugares remotos”, disse a Dra. Natalie Mahowald, pesquisadora do Centro de Sustentabilidade de Cornell.

“Usando nossa melhor estimativa de fontes de plástico e vias de transporte modeladas, a maioria dos continentes são importadores de microplásticos do ambiente marinho. Isso ressalta o papel cumulativo da poluição legada na carga atmosférica do plástico”, disse a Dra. Natalie.

Microplásticos estão parando e se acumulando em todos os tipos de lugares. “Não é apenas nas cidades ou nos oceanos. Estamos encontrando microplásticos [até] em parques nacionais”, concluiu a pesquisadora.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Cornell (em inglês).

Fonte: Blaine Friedlander, Universidade Cornell. Imagem: Fragmento de microplástico azul fica entre poeira e fibras em um filtro sob um microscópio. Fonte: Dra. Janice Brahney.

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