Notícia

Cientistas descobrem em Alagoas 14 novas espécies ou gêneros de fungos

Trabalhos desenvolvidos na UFALl demonstram potencial para indústria de combustíveis e remediação de áreas contaminadas

Renner Boldrino, UFAL

Fonte

UFAL | Universidade Federal de Alagoas

Data

segunda-feira, 19 junho 2023 17:30

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Biotecnologia. Ecologia. Energia. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Química Verde. Sustentabilidade. Tecnologias.

Um grupo de pesquisadores vinculados ao Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) tem alcançado resultados expressivos em pesquisas relacionadas à biodiversidade, à taxonomia e à biotecnologia microbiana. Os cientistas descobriram, num período de dez anos, 14 novas espécies ou gêneros de fungos existentes em biomas como a Mata Atlântica e a Caatinga.

Os trabalhos desenvolvidos na UFAL demonstram potencial para contribuir com o crescimento da indústria de combustíveis. Isso, a partir da produção de enzimas de importância biotecnológica, e com processos de remediação de áreas contaminadas – em especial as contaminadas por hidrocarbonetos, como o petróleo, por exemplo, que, recentemente, afetou diversas praias do litoral brasileiro, exigindo atuação rápida do poder público.

Além disso, os pesquisadores que integram o ICBS passaram a estudar a interação entre microbiota – microrganismos que fazem parte do organismo humano – e macrorganismos, que são organismos vivos que podem ser vistos a olho nu. “Estamos trabalhando a relação entre a microbiota e a epilepsia, bem como a microbiota e os corais branqueados da APA Costa dos Corais”, explicou a Dra. Melissa Landell, professora e pesquisadora da UFAL.

A professora coordena – desde 2013, quando chegou a Alagoas vinda do Rio Grande do Sul – um grupo que, atualmente, conta com dez colaboradores e que envolve desde estudantes de graduação, por meio de programas de Iniciação Científica, até estudantes de doutorado, envolvendo programas de pós-graduação da UFAL.

“O nosso laboratório conta com alunos de graduação e de pós-graduação, além de professores e discentes colaboradores de outros laboratórios e institutos da Ufal, bem como colaborações com outras universidades. Nosso grupo já descreveu várias espécies novas de leveduras, algo bastante significativo e pioneiro, sobretudo por se tratar de biomas típicos da região Nordeste”, acrescentou a professora Melissa.

Para marcar as descobertas, as novas espécies ou gêneros de fungos foram nomeadas em homenagem aos locais em que foram encontradas. “Comumente, nessas descobertas, são homenageados pesquisadores renomados na área ou há uma referência ao substrato de isolamento dos microrganismo ou ainda ao local onde houve o achado. Foi assim que foram nomeadas as espécies Valentiella maceioensis sp. nov.Vishniacozyma alagoana sp. nov. e Carcinomyces nordestinensis sp. nov”, explicou a Dra. Melissa Landell.

Para 2023, o grupo liderado pela pesquisadora deve seguir desenvolvendo projetos e parcerias na área de biotecnologia, incluindo projetos no âmbito de um novo programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs) para estudos com leveduras. “Este projeto foi aprovado no edital de 2022 e tem coordenação da UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais], mas que conta também com a participação de vários estudiosos em leveduras não só do Brasil, como também de instituições no exterior, além do nosso grupo aqui da UFAL”, destacou a professora.

Além desses projetos, os pesquisadores da UFAL também vão integrar uma rede criada recentemente, chamada de Manguebits, que envolve instituições nacionais e internacionais para o estudo e a restauração inteligente de manguezais utilizando microrganismos. A iniciativa contará com a participação de alunos de graduação e pós-graduação da UFAL.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Alagoas.

Fonte: Eduardo Almeida, UFAL. Imagem: Professora Mellissa Landell no laboratório. Fonte: Renner Boldrino, UFAL.

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