Notícia

Cientistas descobrem como detectar bactérias da legionelose no ar em poucas horas

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

sábado, 28 setembro 2019 10:20

Áreas

Qualidade do Ar. Saúde. Tecnologias.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri (UPM) é especializada no estudo de partículas biológicas do ar (bactérias, esporos de fungos, grãos de pólen e outras) usando métodos genômicos. Dentro dessa linha de trabalho e no projeto AIRBIOTA-CM, os pesquisadores criaram um protocolo para detectar em menos de 24 horas a bactéria Legionella pneumophila, que causa a legionelose. O método desenvolvido não permite saber se a bactéria é infecciosa, mas sua simples presença pode representar um risco para a população; portanto, sua detecção rápida pode impedir o aparecimento de surtos de legionelose ou formas mais leves da doença, como febre de Pontiac, causada pela simples exposição a antígenos.

A legionelose é uma infecção grave dos pulmões que se origina com a inalação de bactérias do gênero Legionella. Na Europa, a maioria dos casos é causada especificamente pela bactéria Legionella pneumophila. Essa bactéria é transmitida pelo ar em aerossóis que geralmente se originam de fontes de água ou torres de resfriamento, por exemplo. Todos esses sistemas de água são controlados por regulamentos para impedir o desenvolvimento de tais bactérias, sua propagação e possíveis infecções. Os métodos utilizados para sua detecção e controle são variados e eficazes, mas a maioria deles – como, por exemplo, a cultura microbiológica – leva vários dias para fornecer um resultado conclusivo sobre a presença das bactérias, tornando sua detecção mais demorada do que deveria.

Pesquisadores do grupo de Bioengenharia e Materiais (BIO-MAT) da Escola Técnica Superior de Engenheiros Industriais (ETSII) da UPM desenvolveram recentemente um protocolo para detectar bactérias Legionella pneumophila em amostras de ar e em poucas horas. Para coletar partículas de ar, eles usam um dispositivo inventado e patenteado por vários membros da equipe de pesquisa, que consiste em um sensor móvel acoplado a um drone ou mesmo estático projetado e usado globalmente pela comunidade científica para quantificar o níveis de pólen das cidades. As partículas, incluindo as bactérias, ficam presas em uma substância aderente e, posteriormente, o material genético dessas partículas (DNA) é extraído e analisado diretamente por uma série de reações em cadeia da polimerase (PCR). que foram projetadas especificamente para confirmar a presença de L. pneumophila, obtendo resultados em menos de 24 horas.

O trabalho realizado por esses pesquisadores, publicado na revista científica Environmental Research e também objeto de pedido de patente, é de grande interesse do ponto de vista da saúde pública. Como aponta a Dra. Beatriz Sánchez-Parra, pesquisadora da UPM que participou do estudo, “nosso método é novo, pois consegue detectar exclusivamente o DNA da bactéria L. pneumophila mesmo com o restante das partículas biológicas capturadas no ar”. Até agora, esse método foi implementado com amostras coletadas em pontos selecionados da Comunidade de Madri. No entanto, “sua aplicação pode ser facilmente estendida a outras áreas e com maior frequência de amostragem para detectar rapidamente a disseminação dessa bactéria patogênica”, conclui a pesquisadora.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Pixabay.