Notícia

Cientistas defendem a inclusão de todos os fungos nas metas globais para a conservação da biodiversidade

Carta foi publicada na revista Science

Mogana Das Murtey e Patchamuthu Ramasamy via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

quinta-feira, 29 julho 2021 06:35

Áreas

Biodiversidade. Conservação.

Uma carta publicada recentemente na revista científica Science apela para que todos os fungos sejam incluídos nas metas globais para a conservação da biodiversidade, que vão ser aprovadas na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP15), que irá decorrer em Kunming, China, de 11 a 24 outubro deste ano.

A carta é liderada pela investigadora Dra. Susana Gonçalves, pesquisadora do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) da Universidade de Coimbra, em Portugal, e dirige-se sobretudo às partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica reunidas na COP15.

“Pretende-se que incluam explicitamente o Reino Fungi nos alvos designados através da inclusão do termo funga, substituindo em todos os documentos a expressão “fauna e flora” por “fauna, flora e funga”, sublinhou a Dra. Susana C. Gonçalves, explicando que esta carta surge como resposta a uma carta anterior, também publicada na Science, que defendia “a inclusão dos chamados ‘macrofungos’ (fungos cujas estruturas reprodutoras são visíveis a olho nu, por exemplo cogumelos e trufas) nas metas globais de biodiversidade pós-2020. Na nossa carta, enfatizamos a necessidade de incluir todos os fungos e providenciamos evidências de que os ‘microfungos’ merecem igual consideração”, destacou a especialista.

“É chocante que apenas umas escassas 425 espécies, dos milhões de espécies de fungos que habitam o planeta, tenham sido avaliadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”, pode ler-se na carta publicada, que é assinada por mais três pesquisadores (da Bélgica, do Chile e dos EUA).

Os cientistas notam que, embora as pessoas associem os fungos aos cogumelos, na realidade, “a maioria dos fungos não produz estruturas reprodutivas visíveis a olho nu. Por exemplo, os fungos micorrízicos arbusculares são extremamente importantes: colonizam as raízes de 80% de todas as plantas, uma simbiose que ajudou as plantas a conquistarem a terra. Os bolores, tais como aqueles dos quais a penicilina foi isolada, são também microfungos. As leveduras Saccharomyces, que nos dão o pão, a cerveja e o vinho, são fungos unicelulares”, explicou a Dra. Suzana.

Os fundos suportam a  vida na Terra

Os autores avisam ainda que a falta de conhecimento sobre “quais os fungos com maior risco de extinção dificulta a nossa capacidade de informar as ações de conservação para apoiar essas espécies e, em última análise, fornecer soluções baseadas nos fungos para enfrentar os prementes desafios globais”.

“Os fungos suportam toda a vida na Terra. Não podemos permitir-nos negligenciá-los nos nossos esforços para travar a perda de biodiversidade», escreveram os pesquisadores no final da carta.

Acesse a publicação na revista Science.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Cristina Pinto, Universidade de Coimbra. Imagem: levedura Saccharomyces cerevisiae. Fonte: Mogana Das Murtey e Patchamuthu Ramasamy via Wikimedia Commons.

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