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Calor intenso pode sobrecarregar hospitais em todo o mundo, aponta relatório internacional
Impactos do calor sobre a saúde documentados no relatório mostram que o aumento da temperatura como resultado da mudança climática já está expondo a humanidade a risco de saúde inaceitavelmente alto
Pixabay
A vulnerabilidade ao calor está inaceitavelmente alta e crescente em todas as regiões do mundo. Trabalhadores ao ar livre, pessoas com condições de saúde fragilizada e idosos que moram nas cidades estão especialmente em risco, de acordo com relatório internacional do projeto de pesquisa The Lancet Countdown on Health and Climate Change publicado na revista científica The Lancet.
Alguns dos impactos do calor sobre a saúde documentados no relatório mostram que o aumento da temperatura como resultado da mudança climática já está expondo a humanidade a um risco de saúde inaceitavelmente alto. Pela primeira vez, os pesquisadores alertam que os idosos da Europa e do Mediterrâneo Oriental são particularmente vulneráveis aos extremos de calor, notadamente mais altos do que na África e no Sudeste Asiático.
“O que podemos ver é que os sistemas de saúde em todo o mundo já estão expostos a altas pressões devido às altas temperaturas, e a Europa não é menos afetada por isso. Este é um problema sério, pois significa que as ondas de calor podem afetar sistemas de saúde inteiros”, diz a Dra. Maria Nilsson, pesquisadora da Unidade de Epidemiologia e Saúde Global da Universidade Umeå, na Suécia, e uma das coautoras do relatório.
Os parceiros por trás do relatório incluem médicos, pesquisadores e profissionais de 27 organizações em todo o mundo, como por exemplo o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a University College London, a Universidade Tsinghua na China e a Universidade Umeå.
Alguns dos novos impactos do calor sobre a saúde documentados no The 2018 Report of The Lancet Countdown sobre saúde e mudanças climáticas incluem:
• 157 milhões de pessoas mais vulneráveis foram submetidas a uma onda de calor no ano passado a mais do que em 2000 e 18 milhões a mais do que em 2016.
• 153 bilhões de horas de trabalho foram perdidas em 2017 devido ao calor extremo como resultado das mudanças climáticas. Somente a China perdeu 21 bilhões de horas, o equivalente a um ano de trabalho para 1,4% de sua população ativa. A Índia perdeu 75 bilhões de horas, o equivalente a 7% de sua população total de trabalhadores. Novas metodologias capturaram esses dados pela primeira vez.
• O aumento da temperatura ambiente está colocando as populações vulneráveis em maiores riscos em todas as regiões do mundo. A Europa e o Leste do Mediterrâneo estão particularmente em risco, provavelmente devido ao envelhecimento das populações que vivem nas cidades, com 42% e 43% dos acima de 65 anos vulneráveis à exposição ao calor. Isto é notadamente maior do que na África (38%) e no sudeste da Ásia (34%).
• O calor agrava muito a poluição atmosférica urbana, com 97% das cidades em países de baixa e média renda não atendendo às diretrizes de qualidade do ar da OMS.
• O estresse por calor, um efeito precoce e severo da mudança climática, e os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com isso.
• O aumento da temperatura e o calor fora de época são responsáveis pela disseminação da cólera e da dengue, com a capacidade vetorial de transmissão aumentando em muitas áreas endêmicas.
• A mudança de temperatura global média à qual os seres humanos estão expostos é mais do que o dobro da variação média global, com a temperatura subindo 0,8 ° C versus 0,3 ° C.
Acesse o relatório final na revista The Lancet (em inglês). (Para acessar o relatório completo, é necessário cadastrar-se na página da revista).
Acesse a notícia na página da Universidade Umeå (em inglês).
Fonte: Universidade Umeå. Imagem: Pixabay.
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