Notícia

Brasil é líder no consumo de agrotóxico

Pixabay

Fonte

UNESP, Assessoria de Comunicação e Imprensa - IB/Unesp

Data

quarta-feira, 23 agosto 2017 10:00

Áreas

Meio Ambiente, Toxicologia, Saúde, Agrotóxicos

O veneno está na mesa do brasileiro e isso não é brincadeira. O País é campeão no uso de agrotóxicos no mundo. Chega a consumir 1 bilhão de litros por ano.  A consequência disso é escancarada ainda mais no detalhado dossiê da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), apresentado aos participantes da 16ª Jornada de Toxicologia realizada dias 17 e 18 do mês de agosto no Instituto de Biociências (IB) da Unesp, campus Botucatu.

O evento, promovido pelo Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Unesp Botucatu, referência nacional em toxicologia, reuniu mais de 100 pessoas. De alunos até profissionais da área de saúde, que puderam participar de mini-cursos, palestras e até mesmo acompanhar a exibição do documentário “Falso Orvalho”, que trata sobre o tema. O foco este ano foi o reflexo dos agrotóxicos sobre a saúde e meio ambiente.

Dados da Anvisa, ainda de 2013, apontam que 64% dos alimentos produzidos no Brasil estão contaminados por agrotóxicos. Cerca de 30% destes alimentos estão com índices de agrotóxicos acima dos limites máximos permitidos ou com ingredientes ativos não autorizados.

A química e o câncer

Um desses perigos, bastante debatidos na jornada, é a alta incidência de câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que o Brasil contabilize, até o fim deste ano, cerca de 600 mil novos casos. Enquanto 20% destes casos estão atrelados a fatores hereditários, os outros 80% estão diretamente ligados a fatores ambientais. Entre eles está o contato do ser humano com agrotóxicos. Seja através da exposição no campo, quanto no consumo de alimentos.

Alimentação saudável

Mas se boa parte dos alimentos que consumimos está infectado por agrotóxico, seja em menor ou maior escala, então simplesmente deixamos de comer? Não é bem assim. Segundo Luciana Grucci, nutricionista do INCA, presente também na Jornada de Toxicologia no IB, ingerir frutas, legumes e verduras continua a ser vital à saúde. Mesmo que estes produtos estejam com resíduos químicos aplicados na lavoura.

“Entendemos que fatores como acesso, preço, marketing e disponibilidade influenciam a população a seguir ou não uma alimentação mais saudável. Mas temos o dever de, no mínimo, informar a população sobre os riscos que ela corre ao consumir alimentos não orgânicos e ultraprocessados como biscoitos recheados, bebidas açucaradas, frituras, lasanhas congeladas, entre outros”, destaca.

“Temos, sim, que evidenciar as recomendações de prevenção como manter uma alimentação equilibrada, resgatando o hábito de preparar nossas refeições em casa, além de manter o peso corporal adequado com auxílio de, pele menos, 30 minutos de exercícios físicos diários. Temos que reconhecer que o câncer e outras doenças podem ser preveníveis através de uma alimentação mais saudável”, complementa a nutricionista.

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