Notícia

Bacia hidrográfica do Rio da Prata corre sérios riscos com erosão

A expansão das áreas de monocultura agrícola na região do banhado sugere um cenário futuro preocupante para bacia do Rio da Prata

Divulgação

Fonte

UFMS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

segunda-feira, 4 maio 2020 16:30

Áreas

Biodiversidade. Geociências. Hidrologia.

Fauna, flora e aspectos geológico-geomorfológicos ímpares fazem do Rio de Prata um dos principais destaques turísticos de Mato Grosso do Sul, procurado por brasileiros e estrangeiros na busca de conhecer suas ricas peculiaridades. Ocupando uma área de 1.393 km², a bacia hidrográfica do Rio da Prata corre sérios riscos, em especial pela erosão que assola a região.

Essa realidade está sendo constatada pelo pesquisador Elias Rodrigues da Cunha, técnico do Laboratório de Geoprocessamento no Campus de Aquidauana (CPAQ) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e doutorando em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que coordena a pesquisa “Predições do uso e ocupação do solo e seus impactos na erosão do solo no ecótono Cerrado/Mata Atlântica: estudo de caso da bacia hidrográfica do Rio da Prata”.

A pesquisa foi dividida em três etapas: na primeira, foram analisadas as mudanças no uso e ocupação do solo nas últimas três décadas (1986- 2016); a segunda trata da simulação de cenários futuros de uso e ocupação do solo para os anos de 2033, 2050, 2080 e 2100. Por último, ainda em desenvolvimento pelo pesquisador, estão sendo avaliados os cenários futuros de uso e ocupação do solo, de mudanças climáticas e seus os impactos na erosão do solo.

O estudo desenvolvido por Elias aponta que as atividades agropastoris foram as que mais influenciaram na mudança do uso e ocupação do solo, sendo as nascentes, vegetação ciliar dos afluentes e principalmente o banhado as áreas da bacia mais afetadas.

“Além do desmatamento da vegetação nativa, a existência de canais de drenagens artificiais no banhado é um fator alarmante. O objetivo destes canais é drenar o excesso de água dessa região alagada para incorporar essas áreas na produção agrícola. Esse tipo de intervenção compromete todo o ecossistema local, e tem sido um dos fatores que vem causando a turbidez das águas do Rio da Prata, visto que esses canais potencializam o escoamento superficial das águas pluviais aumentando a capacidade da chuva em levar sedimentos para o rio, impacto que tem ocorrido nos últimos anos”, explica o pesquisador.

As análises apontam que a bacia passou por um rápido processo de degradação no século XXI, em especial pelas demandas de ordem econômica, o que levou a área a perder rapidamente sua integridade ambiental e biótica.

“Os resultados demonstraram que as mudanças no uso e ocupação do solo na bacia do Rio da Prata ao longo das três décadas foram causadas pela expansão da agropecuária. Inicialmente, com a pecuária extensiva, que se desenvolve no Estado desde o início dos anos 70. Essa expansão teve impacto direto na redução da vegetação nativa dos biomas Cerrado e Mata Atlântica (banhado, cerrado, mata ciliar, floresta estacional semidecidual e campos graminosos úmidos). E recentemente, pela agricultura – com destaque para lavouras de milho e soja, que se desenvolvem nas áreas que antes eram ocupadas por pastagens”, conclui o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da UFMS.

Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Imagem: Divulgação.

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