Notícia

Alterações climáticas podem prejudicar a economia e aumentar a desigualdade

Fonte

Universidade Princeton

Data

segunda-feira, 10 julho 2017 15:00

Áreas

Aquecimento Global, Mudanças Climáticas

Estudo publicado na revista Science por pesquisadores americanos projeta que haverá perdas, reestruturação econômica e aumento da desigualdade social devido às alterações climáticas e ao aquecimento global. O estudo foi liderado pelo Dr. Solomon Hsiang e Dr. James Rising, da Universidade da Califórnia em Berkeley (UC-Berkeley), Dr. Robert Kopp da Universidade Rutgers em New Brunswick, Dr. Amir Jina da Universidade de Chicago e pelo Dr. Michael Oppenheimer, da Universidade Princeton.

“A mudança climática não mitigada será muito cara para grandes regiões dos Estados Unidos”, disse O Dr. Solomon Hsiang, professor de Políticas Públicas na UC-Berkeley. “Se continuarmos no caminho atual, nossa análise indica que esta situação pode resultar na maior transferência de riqueza dos pobres para os ricos na história do país”.

O estudo pioneiro pode elucidar o debate sobre se a mudança climática ajudará ou prejudicará a economia dos EUA, sendo a primeira pesquisa a usar métodos estatísticos de última geração e 116 projeções climáticas desenvolvidas por cientistas de todo o mundo para avaliar os impactos das mudanças climáticas Da forma como o setor de seguros ou um investidor, comparando riscos e recompensas.

O estudo é o primeiro deste tipo a considerar o aquecimento usando dados e evidências acumuladas pela comunidade de pesquisa ao longo de décadas

“Essas novas abordagens empíricas revolucionaram a estimativa dos impactos climáticos em menos de uma década, e este estudo é o ponto culminante da primeira aplicação abrangente desses métodos para a economia dos EUA“, disse o Dr. Oppenheimer.

A equipe de economistas e cientistas do clima calculou os custos e benefícios reais, considerando como a agricultura, saúde, demanda de energia, e o cotidiano das comunidades serão afetados por temperaturas mais elevadas, mudanças nas chuvas, elevação  do nível do mar e intensificação de furacões.

Os cientistas acreditam que a quantificação dos custos das mudanças climáticas pode encorajar esforços preventivos para reduzir os riscos futuros. “Ao informar as estimativas dos custos que podem resultar do aumento do nível do mar, os gestores podem se preparar melhor para pesar a decisão de investir na proteção contra inundações ou continuar ignorando o problema”, diz o Dr. D. Rasmussen, doutorando na Universidade Princeton.

“Os ‘custos ocultos’ das emissões de dióxido de carbono não estão mais escondidos, já que agora podemos vê-los claramente nos dados”, afirma o Dr. Amir Jina, pós-doutorando no Departamento de Economia da Universidade de Chicago. “As emissões que saem de nossos carros e usinas de energia estão reformulando a economia americana. Aqui no Centro-Oeste, podemos ver perdas agrícolas semelhantes àquelas da década de 1930 “.

O estudo é o primeiro deste tipo a considerar o aquecimento usando dados e evidências acumuladas pela comunidade de pesquisa ao longo de décadas. A partir desses dados, a equipe estima que, para cada aumento de 0,55 graus Celsius nas temperaturas globais, a economia dos EUA perde cerca de 0,7% do Produto Interno Bruto. Esta métrica pode ajudar o país a gerenciar as mudanças climáticas, como ocorre com outros riscos econômicos sistemáticos, como na forma como o Federal Reserve usa taxas de juros para gerenciar o risco de recessão.

“Nós não poderíamos ter feito este estudo sem o uso de ‘big data’ e computação de última geração”, disse o Dr. James Rising, pesquisador da UC-Berkeley, descrevendo as 29 mil simulações da economia nacional realizadas no estudo. “Pela primeira vez na história, podemos usar essas ferramentas para avançar no futuro. Hoje estamos tomando decisões sobre os tipos de vidas que queremos para nós e nossos filhos Se a revolução da computação chegasse somente daqui a 20 anos, não conseguiríamos ver o buraco econômico que estamos cavando para nós mesmos”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).