Notícia

Acúmulo de resíduos de medicamentos em peixes pode ser estimado com precisão cada vez melhor

Estudo propõe nova estratégia para estimar os efeitos ambientais de produtos farmacêuticos com a ajuda de interações moleculares em peixes

Freepik (Imagem gerada por Inteligência Artificial)

Fonte

Universidade de Helsinque

Data

quarta-feira, 29 maio 2024 13:55

Áreas

Biologia. Bioquímica. Ecologia. Gestão de Resíduos. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Saneamento. Saúde.

De acordo com estudos globais recentes, os resíduos farmacêuticos ocorrem no ambiente aquático em todo o mundo. Muito pouco se sabe sobre os efeitos dos agentes farmacêuticos individuais e, acima de tudo, das suas misturas nos organismos aquáticos. A realização de testes em animais de todas as substâncias farmacêuticas para avaliar os seus riscos ambientais não é sustentável.

A Dra. Tea Pihlaja, pesquisadora da Universidade de Helsinque, na Finlândia, examinou o efeito dos produtos farmacêuticos nas chamadas enzimas CYP (Citocromos P450) no fígado de peixes. Nos humanos, as enzimas CYP desempenham um papel muito importante na eliminação de substâncias estranhas. As interações medicamentosas provocadas por este mecanismo são bem conhecidas e seu papel é investigado como parte do desenvolvimento de medicamentos. Segundo a Dra. Pihlaja, o estudo oferece um novo caminho para determinar os mecanismos de acúmulo de drogas em peixes causados ​​por resíduos de drogas no meio ambiente.

Em sua tese, a pesquisadora demonstrou que a função das enzimas CYP dos peixes, neste caso a truta arco-íris, é amplamente inibida por agentes farmacêuticos e de uma forma diferente das enzimas humanas correspondentes. Em comparação com as concentrações de resíduos de medicamentos nos cursos de água, a inibição da função da enzima CYP requer concentrações bastante elevadas nos peixes, mas o risco do fenômeno aumenta se um medicamento se acumular no corpo do peixe ou se os peixes forem expostos a misturas de medicamentos. As interações entre medicamentos e outros produtos químicos podem, portanto, ocorrer mesmo em baixas concentrações ambientais.

Além disso, a Dra. Tea Pihlaja desenvolveu novos métodos de investigação in vitro para reduzir os testes em animais e promover a sustentabilidade. De acordo com a pesquisadora, os seus resultados podem ser utilizados, por exemplo, na modelagem computacional dos efeitos ambientais de produtos farmacêuticos para eliminar a necessidade de testes em animais na avaliação de riscos relacionados e, potencialmente, para conceber novos agentes farmacêuticos.

Acesse a tese ‘Bioacumulação de resíduos farmacêuticos em peixes’ (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).

Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: Freepik (Imagem gerada por Inteligência Artificial).

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