Notícia

A importância da ventilação domiciliar na prevenção da COVID e outras doenças

Pesquisa na Espanha comparou a qualidade do ar antes e depois do confinamento em quatro casas típicas e detecta maior quantidade de dióxido de carbono, compostos orgânicos e partículas finas durante o confinamento

Jon Eric Marababol via Unsplash

Fonte

Universidade de Sevilha

Data

quarta-feira, 11 novembro 2020 15:05

Áreas

Qualidade do Ar. Saúde Pública.

“As medidas sanitárias atuais não estão contemplando um elemento-chave: a qualidade do ar nas residências. Ignorar isso pode ter consequências graves na situação atual”, alertam o Dr. Roberto Alonso González Lezcano e Sonia Cesteros, pesquisadores da Escola Superior Politécnica da Universidade CEU San Pablo, e os professores Dr. Samuel Domínguez e Dra. Jessica Fernández-Agüera, do Instituto Universitário de Arquitetura e Ciências da Construção da Universidade de Sevilha, na Espanha. Os pesquisadores são responsáveis por um estudo publicado na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health.

O trabalho visa alertar sobre os riscos derivados do processo de confinamento nas residências pois, normalmente, não possuem as capacidades e sistemas para suportar o desenvolvimento das atividades continuamente 24 horas por dia, principalmente com o aumento do uso processos de limpeza e desinfecção. “Os habitantes das casas devem estar cientes das limitações de suas casas; bem como os riscos derivados do uso intensivo para o qual [os espaços] não foram concebidos. Embora a casa seja habitualmente assumida como um espaço seguro e de refúgio, é necessário estar atento aos riscos ocultos para tomar as medidas de mitigação adequadas, em muitos casos, associadas à mudança de hábitos”, explicam os especialistas.

O artigo desenvolve uma investigação longitudinal comparativa da qualidade do ar em quatro tipos de habitações da cidade de Madri, na Espanha -que serviram de testemunho- antes e durante o período de reclusão domiciliária. A pesquisa se concentrou na evolução de seus níveis de dióxido de carbono interno (CO2), compostos orgânicos voláteis (VOCs) e partículas finas (PM2,5). O Dr. Samuel Domínguez relatou: “Foi possível verificar como, embora a qualidade do ar da cidade tenha melhorado em geral, a qualidade do interior das casas sofreu uma deterioração significativa, que juntamente com o aumento do tempo de permanência aumentou a exposição a uma atmosfera pouco adequada “.

Embora os riscos associados à exposição contínua a ambientes inadequados geralmente tenham efeitos de médio ou longo prazo na saúde, a literatura tem identificado a possível ação em curto prazo na sensibilização e/ou exacerbação de patologias prévias, como asma ou alergias, que, por sua vez, aumentam a vulnerabilidade, o risco de contágio ou o desenvolvimento de processos mais graves, diante de doenças respiratórias como a COVID-19.

Nesse sentido, os especialistas alertam para a importância de uma boa ventilação, principalmente diante do inverno (no caso europeu): “Uma prática inadequada de ventilação domiciliar, em muitos casos associada à preocupação em economizar energia para aquecimento, combinada com o uso mais intensivo de produtos de limpeza e higiene – em geral pelo próprio medo do contágio – tem produzido um aumento significativo na concentração e persistência temporária de poluentes químicos dentro das residências”.

Um fator preocupante é que a primeira onda de confinamentos ocorreu durante um período de clima relativamente temperado, permitindo uma prática moderada de ventilação; mas agora os riscos estão aumentando. Os pesquisadores alertam: “Há um risco potencial de confinamentos desenvolvidos durante os períodos mais frios, que podem ser principalmente incidentes em setores com menos recursos econômicos, onde a necessidade de reduzir os custos de aquecimento pode afetar a ventilação das casas, que definimos como o círculo vicioso do confinamento ”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sevilha (em espanhol).

Fonte: Universidade de Sevilha. Imagem: Jon Eric Marababol via Unsplash.

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