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Verão e prevenção: cuidados com COVID-19, influenza, leptospirose e arboviroses

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

quarta-feira, 26 janeiro 2022 07:00

Calor intenso, fortes chuvas e grande circulação de pessoas. Características típicas do verão em diversas regiões do Brasil acendem antigos e novos alertas para cuidados de prevenção que devem ser tomados durante a estação mais quente do ano.

Enquanto pancadas de chuva, principalmente em áreas urbanas, preocupam pela possibilidade de inundações e transmissão da leptospirose, a combinação dessas precipitações com o calor constante emerge a necessidade de vigilância redobrada sobre um velho conhecido: o mosquito Aedes aegypti – transmissor de arboviroses como a dengue, chikungunya e Zika.

Neste ano, a temporada ainda demanda um cuidado extra pelo recrudescimento da pandemia de COVID-19, com o surgimento da variante ômicron, e a circulação fora de época dos vírus influenza, impulsionada pela nova cepa H3N2 Darwin.

Confira abaixo orientações de especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e saiba como se prevenir dessas doenças.

Leptospirose

As enchentes que têm provocado a destruição de cidades país afora, também colocam a população em risco para diversas doenças. Em ambientes urbanos, a principal preocupação é com a leptospirose, infecção causada pela bactéria Leptospira – presente em urinas de ratos. Com os alagamentos, a enxurrada se mistura com dejetos de bueiros e esgotos, facilitando a transmissão desse microrganismo que penetra no corpo humano por meio da pele, sobretudo, se houver algum ferimento.

“Em inundações, o aconselhável é evitar entrar em contato com a água da enchente, permanecendo em local seco e seguro enquanto espera a água baixar. Porém, como nem sempre isso é possível, é importante proteger a pele com luvas e calçados fechados, preferencialmente botas, ou, como alternativa, sacos plásticos cobrindo partes dos pés e das pernas”, recomendou a Dra. Ilana Balassiano, pesquisadora do Laboratório de Zoonoses Bacterianas, que abriga o Serviço de Referência Nacional para Leptospirose junto ao Ministério da Saúde.

Covid-19 e influenza

Com a pandemia da COVID-19 e a circulação fora de época dos vírus influenza, a temporada atual do verão também traz um alerta para disseminação dos vírus respiratórios. Por ser um período de férias escolares, festividades e alta temporada de viagens, os cuidados com a prevenção, já conhecidos pela população, se tornam ainda mais importantes. “A vacinação é a principal forma de prevenção que temos atualmente para ambas as infecções. Em adição, nos últimos anos, nós desenvolvemos mecanismos bastante poderosos para a prevenção de vírus respiratórios, que são as medidas não-farmacológicas. Entre elas, o uso de máscaras, distanciamento social, etiqueta respiratória e a higiene constante das mãos”, destacou o Dr. Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo.

A influenza, popularmente conhecida como gripe, e a COVID-19 possuem sintomas semelhantes, com peculiaridades que diferem uma da outra. Ambas as infecções causam febre alta, dores de cabeça, tosse, coriza, mal-estar, entre outros. Desta forma, para os casos que vão além dos sintomas leves, é necessária a realização de testes para identificação do agente infeccioso e a realização de um tratamento direcionado.

Em todos os quadros, o distanciamento social é essencial para evitar a disseminação das duas infecções. “Se você estiver com sintomas, ou for assintomático, no caso da COVID-19, evite ter contato com outras pessoas e use a máscara sempre que possível”, ressaltou o Dr. Fernando Motta.

Arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti

A prevenção de dengue, chikungunya e Zika ocorre pela já conhecida ação semanal de interrupção do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, a partir da eliminação de locais que podem acumular água parada, como vasos de plantas, bandejas de ar-condicionado, piscinas não utilizadas, dentre outros. “Com a chegada do verão, época propícia para a formação de criadouros do Aedes, precisamos redobrar nossa atenção. Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos, por isso é importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor”, alertou a Dra. Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus.

A principal recomendação é eliminar qualquer recipiente que possa acumular água. No entanto, se não for possível o descarte, a orientação é que sejam devidamente vedados ou, ainda, tratados. A vistoria semanal deve incluir criadouros menos convencionais, como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de geladeiras, entre outros. “O Aedes é um mosquito doméstico. De cada dez criadouros, oito estão dentro das residências. Então, se as pessoas estão passando mais tempo em suas casas por causa da pandemia da COVID-19, elas possuem mais oportunidades de olhar com cuidado os seus espaços e evitar que mais vírus estejam em grande circulação. Precisamos transformar a ameaça em oportunidade”, concluiu a bióloga.

Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.

Fonte: Max Gomes, IOC/Fiocruz.

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