Ruas vazias: estruturas das cidades estão criando uma ‘desertificação socioambiental’ – ambiental t4h | Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

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Ruas vazias: estruturas das cidades estão criando uma ‘desertificação socioambiental’

Fonte

Portal UFS | Universidade Federal de Sergipe

Data

terça-feira, 25 junho 2019 10:15

Para que uma cidade seja considerada “viva”, termo usado por urbanistas para se referir à dinamicidade de pessoas nas ruas, é preciso contar com um planejamento urbano que proporcione elementos convidativos à população e que combine atividades de convívio e de lazer com diferentes grupos sociais.

Com o grande crescimento imobiliário, em especial, de condomínios verticais, criam-se cenários decorrentes do abandono das relações sociais comuns de vizinhanças. O conceito de “desertificação socioambiental” investiga características urbanas que interferem nas dinâmicas sociais e ambientais dos espaços.

Por conta disso, o bairro Jabotiana, em Aracaju, foi escolhido para ser o estudo de caso da dissertação de mestrado de Elaine Vasconcelos Nascimento Leal, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Como resultado do estudo, a localidade apresentou situações de esvaziamento das relações cotidianas dos moradores em áreas naturais, principalmente onde há predominância de condomínios residenciais.

As causas da desertificação

Segundo a pesquisadora, quatro áreas do bairro Jabotiana foram escolhidas pelo rápido crescimento de ruas exclusivas de condomínios que apresentam alguns aspectos físicos que contribuem para a desertificação. “Achamos pertinente fazer um estudo para confirmar se as caraterísticas físicas estavam realmente influenciando nisso e descobrimos que sim, além de outros fatores”, explica.

O Dr. Jailton de Jesus Costa, orientador da pesquisa, contou que, a princípio, o objetivo era somente analisar se havia ou não uma desertificação no bairro, no entanto, esta não foi a única conclusão. “Com a sobreposição de mapas, descobrimos que há um problema grave de planejamento urbano, por exemplo, edifícios construídos em áreas de preservação ambiental”, complementa.

Na pesquisa, foram analisados aspectos físicos de áreas do bairro, que poderiam levar ou não à perda dessas interações. Suas calçadas foram avaliadas como estreitas, com obstáculos, danificadas, em pavimentação inadequada, sem acessibilidade universal e com cruzamentos de ruas perigosos. A ciclovia também apresentou situações semelhantes.

Em relação à distribuição dos usos do solo – refere-se à presença de estabelecimentos de atividades necessárias, opcionais e sociais, como: lojas, restaurantes, monumentos e residências –, segundo o estudo, em alguns trechos do bairro há enormes conjuntos habitacionais com ruas escuras e também vazias de pessoas. Muitos de seus comércios fecharam as portas e é preciso percorrer um longo trajeto até que apareçam, gradativamente, atividades econômicas e movimentação.

Nos espaços do bairro avaliados na pesquisa foi percebido que praças, árvores e as marquises, combinadas aos assentos e aos serviços prestados onde estão localizadas, proporcionam oportunidades para essas interações. Apesar disso, a relação de pessoas às margens das vegetações remanescentes é escassa, considerando que as áreas naturais que ainda são expostas nas ruas não possuem calçadas ou outros espaços de transição adequados e atrativos.

Acesse a notícia completa na página da UFS.

Fonte: Brunna Martins e Marcilio Costa, UFS. Imagem: Pixabay.

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