Destaque

Quilombolas coletam recorde de sementes florestais para restaurar a Mata Atlântica

Fonte

ISA | Instituto Socioambiental

Data

sexta-feira, 11 dezembro 2020 07:15

O ano de 2020 foi importante para a Rede de Sementes do Vale do Ribeira (SP), com volume recorde de sementes coletadas e vendidas. Os coletores quilombolas do Vale reuniram mais de 750 kg de sementes de 118 espécies florestais da Mata Atlântica, gerando cerca de R$ 70 mil para as famílias envolvidas. É mais do que o dobro da quantidade de sementes coletadas no ano passado.

Aumentou também a demanda pelas sementes e pela muvuca, uma técnica de restauração florestal que consiste no uso de uma mistura de sementes de diferentes espécies semeadas de uma só vez para gerar florestas.

Ela apresenta menor custo que as mudas e mais facilidade na logística, além de ter um alto grau de eficácia na restauração florestal. A técnica já é utilizada há mais de 10 anos pelo Instituto Socioambiental (ISA) com as sementes coletadas pela Rede de Sementes do Xingu e, desde 2017, com as do Vale do Ribeira.

Adair Soares da Mota, coletor do Quilombo Nhunguara, avalia que 2020 superou todas as metas de quatro anos atrás [quando a Rede foi criada]. “Foi uma venda mais volumosa de sementes e bastante diversidade coletada. Todo mundo ficou bastante animado com a Rede de Sementes esse ano”, disse Adair.

Além de Nhunguara, outras três comunidades participam do projeto: André Lopes, Maria Rosa e Bombas. Hoje, são 33 famílias quilombolas atuando na coleta e comercialização das sementes.
O trabalho contribuiu para gerar renda para as famílias, ao mesmo tempo em que permitiu que elas continuassem as atividades de plantio nas roças e preservassem o território e suas culturas.

Para Juliano Nascimento, assessor do Programa Vale do Ribeira do ISA, “a semente traz uma renda extra e de forma sustentável”. Ele lembra que o trabalho faz ainda mais sentido quando se leva em conta que os territórios quilombolas do Vale do Ribeira têm em média 80% de vegetação nativa em pé. Um quinto do que restou da Mata Atlântica está localizado no Vale do Ribeira.

Além de aumentar a renda, o trabalho com a Rede contribui para o manejo do território e a troca de conhecimentos no interior das comunidades. Isso acontece porque, no trabalho de coleta, os quilombolas têm de percorrer seus territórios e conhecê-los a fundo.

Além disso, a juventude quilombola buscou nos mais velhos saberes tradicionais das árvores e sementes. Nascimento disse que observou essa dinâmica no trabalho com a Rede.

“Nós aprendemos muito com a coleta de sementes, porque a gente saía, via as árvores, mas não conhecia. Coletando as sementes, a gente vai para a mata, vê o pé da árvore, vê a semente no chão, procura saber”, relatou Malvina de Almeida Silva, coletora do Quilombo Nhunguara.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Socioambiental.

Fonte: Victor Pires, ISA.

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