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Polpa de celulose não branqueada como reforço no fibrocimento pode reduzir impacto ambiental da construção civil
Material muito presente nas construções brasileiras, a matriz cimentícia é frequentemente aplicada na telha de fibrocimento e em placas de revestimento. Geralmente é feita a partir da combinação de cimento e um reforço, como as polpas celulósicas, obtidas de fontes como madeira, bambu, algodão, bagaço de cana-de-açúcar, entre outros.
Motivado pelo potencial sustentável e econômico do aprimoramento desse processo, estudo realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA) demonstrou ser viável a substituição da polpa celulósica de fibra longa branqueada pela polpa celulósica não branqueada, o que poderá impactar positivamente o mercado de fibrocimentos.
A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biomateriais da UFLA, como parte da dissertação de mestrado de Ianca Oliveira Borges, agora doutoranda no mesmo Programa. O estudo teve a orientação do professor Dr. Gustavo Henrique Denzin Tonoli, pesquisador que figura entre os mais influentes do mundo, segundo a Universidade Stanford, nos Estados Unidos.
O diferencial do estudo está justamente no impacto ambiental e econômico que a escolha dos materiais usados na construção civil podem causar. Isso porque a matriz cimentícia utiliza, como padrão, a polpa de celulose branqueada, que passa por um processo químico para remover impurezas e corantes, o que pode gerar subprodutos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana, além do alto consumo de água e energia. O processo de branqueamento é necessário quando o produto final é um papel de alta qualidade. Mas o que os pesquisadores da UFLA buscaram responder foi se o uso da polpa celulósica não branqueada teria o mesmo efeito, tornando-se uma alternativa para mitigar problemas ambientais, sociais e econômicos.
E os resultados das análises confirmaram a possibilidade desta substituição. Os compósitos fabricados com as polpas não branqueadas apresentaram resultados físicos e mecânicos muito similares aos compósitos fabricados com polpa branqueada. Ou seja, as polpas não branqueadas podem ser utilizadas como uma matéria-prima de grande potencial para a produção de matrizes cimentícias, o que representa uma oportunidade de reduzir os custos de produção e diminuir o impacto ambiental proveniente do processo produtivo da polpa celulósica.
“A utilização de polpas não branqueadas pode abrir novas possibilidades de mercado, como a venda de produtos mais sustentáveis para o setor da construção civil, onde há uma crescente demanda por esse tipo de material, uma vez que pode ser uma alternativa viável para reduzir a pegada de carbono”, destacou Ianca Borges.
Acesse a notícia completa na página do Portal da Ciência da Universidade Federal de Lavras.
Fonte: Cibele Aguiar, UFLA.
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