Destaque
Planta aquática aumenta extração de manganês do estuário do Rio Doce
Fonte
Esalq-USP | Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
Data
domingo, 10 julho 2022 11:05
A recuperação do estuário do rio Doce, afetado drasticamente pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015, ganhou um novo componente positivo.
Resultados de um estudo que acaba de ser publicado na revista científica Journal of Cleaner Production mostram que a Taboa (Typha domingensis), espécie de planta aquática naturalmente encontrada na região, aumenta o potencial de fitorremediação do manganês em até 2000%.
O estudo, desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), tem como primeira autora a engenheira agrônoma Amanda Duim Ferreira – doutoranda em Solos e Nutrição de plantas – e traz informações que podem direcionar políticas públicas na região.
“A planta já está crescendo espontaneamente sobre os rejeitos lá no estuário e os dados desse artigo mostram esse potencial natural. O que podemos fazer para aumentar esse potencial é aplicar técnicas de manejo, como as já utilizadas em plantas comerciais (adubação, densidade de plantio, época de colheita) para aumentar a produção de biomassa, o que potencializará o processo de remediação”, destacou Amanda Ferreira.
Manganês
O manganês (Mn) é um elemento abundante na natureza e por isso muitas vezes não é percebido como tóxico, mesmo quando encontrado em elevadas concentrações no solo e na água. Conforme os pesquisadores, não existem valores limites de manganês para solos, apesar de pesquisas apontarem efeitos tóxicos em plantas, animais e seres humanos. Em seres humanos as elevadas concentrações de Mn são associadas a doenças como o Alzheimer, além de outros distúrbios neurodegenerativos e do sistema nervoso central.
Segundo outro estudo publicado anteriormente pelo grupo da Esalq-USP, o risco das elevadas concentrações de manganês em água se refletiram em altos teores de manganês em duas espécies de peixes, o bagre amarelo (Cathoropus spixii) e o peixe-gato marinho (Genidens genidens), ambos comumente consumidos pela população local, fato que representa um risco crônico para a saúde das comunidades ali presentes.
Além de Amanda Duim Ferreira, estão envolvidos no desenvolvimento do projeto pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Geoquímica de Solos da Esalq-USP, que tem coordenação do Dr. Tiago Osório Ferreira, professor do Departamento de Ciência do Solo. A pesquisa conta com financiamento da FAPESP, FAPES, CAPES e CNPq além da colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade de Santiago de Compostela, da Espanha.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Esalq-USP.
Fonte: Caio Albuquerque, Esalq-USP.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar