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Pesticidas detectados no pólen e néctar podem representar perigo em longo prazo para os polinizadores
Pesticidas foram detectados em flores não-alvo com os produtos químicos e podem ser uma ameaça adicional e subestimada aos polinizadores, de acordo com novas descobertas do Trinity College Dublin e da Dublin City University (DCU), na Irlanda, publicadas na revista científica Science of the Total Environment.
“Esta é a primeira vez que uma pesquisa de vários campos de pólen, néctar e plantas silvestres foi realizada na Irlanda e é fundamental para nossa compreensão sobre os resíduos de pesticidas no contexto irlandês”, disse a Dra. Jane Stout, professora da Escola de Ciências Naturais do Trinity College Dublin, que coliderou a pesquisa juntamente com a Dra. Blánaid White, professora da Escola de Ciências Químicas da DCU.
Os pesquisadores procuraram resíduos de pesticidas no néctar e no pólen de culturas e plantas não-alvo. Eles avaliaram os fungicidas azoxistrobina, boscalida e protioconazol e os herbicidas fluroxipir e glifosato, que estão entre os pesticidas mais aplicados na Irlanda.
Eles também procuraram os inseticidas neonicotinoides acetamipride, clotianidina, imidacloprida, tiacloprida e tiametoxam. Alguns desses produtos químicos não foram aplicados recentemente na Irlanda (por exemplo, clotianidina, imidacloprida, tiametoxam e tiacloprida), mas eles podem permanecer no meio ambiente por longos períodos de tempo.
Os pesquisadores registraram várias detecções de compostos, a maioria dos quais originados em campos onde não havia aplicação recente do(s) composto(s) específico(s). A combinação de resíduos de azoxistrobina, boscalida e clotianidina no pólen e no néctar de colza e amoras não-alvo foi a mais comum, com a clotianidina parecendo persistir por vários anos após sua aplicação nos locais amostrados.
“A pesquisa ocorre no contexto de a Irlanda atingir a ambiciosa meta da Comissão Europeia na estratégia de reduzir o uso e o risco de pesticidas químicos em 50%”, disse a professora Blánaid White.
Os pesticidas são amplamente utilizados na agricultura moderna para maximizar a produção de alimentos, evitando danos e doenças às culturas. Na Irlanda, as categorias de pesticidas mais aplicadas são herbicidas, fungicidas e inseticidas. Culturas atraentes para polinizadores provavelmente receberão pesticidas de todas essas categorias.
“A aplicação de vários compostos de diferentes categorias de pesticidas, em vários intervalos de tempo ao longo do período de cultivo, aumenta o risco de exposição de polinizadores a misturas de pesticidas por meio de pólen e néctar, com consequências desconhecidas à saúde do polinizador”, disse Elena Zioga, doutoranda do Trinity College Dublin, na Irlanda.
“Nossas descobertas podem ajudar a entender quais são os pesticidas mais perigosos no contexto irlandês, e também nos ajudar a entender quais são os riscos associados aos diferentes pesticidas químicos, para que possamos reduzir de forma mais eficaz o risco associado a eles,” destacou o professor White.
Novo estudo
A doutoranda Elena Zioga, orientada em conjunto pelas professoras Jane Stout e Blánaid White, coletou milhares de flores de campos agrícolas em toda a Irlanda e realizou seu trabalho de análise química no Instituto da Água da DCU.
As descobertas de certos neonicotinoides, que são conhecidos por ameaçar os polinizadores, ainda perduram apesar da proibição de 2018 pela Comissão Europeia. Elena disse que isso é uma preocupação e que gostaria de saber a extensão de sua presença no meio ambiente e em quais concentrações.
“Encontramos resíduos de clotianidina no pólen e no néctar de ambas as espécies de plantas, embora ela não seja aplicada há anos. O fato de permanecer presente nas fontes de alimento dos polinizadores por tanto tempo é uma preocupação”, destacou a doutoranda.
Os pesquisadores também encontraram misturas de pesticidas com mais frequência do que detecções de compostos únicos, e isso significa que é importante entender o impacto dessas misturas nos polinizadores e em outros organismos não-alvo.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Trinity College Dublin (em inglês).
Fonte: Thomas Deane, Trinity College Dublin.
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