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Pesquisadores transformam excedentes de laranjeira em bioenergia
Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química, em colaboração com o Laboratório de Energia da Biomassa (LEB) do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), analisaram o potencial da madeira da laranjeira para fins energéticos. Com recursos da própria Universidade, a pesquisa reuniu excedentes de madeira da planta e fabricou uma massa sólida capaz de gerar energia (briquete) para verificar o seu desempenho através de testes.
A região de Jerônimo Monteiro, localizada no sul do estado do Espírito Santo, é destaque na produção de laranja (Citrus sinensis). De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), somente no ano de 2021 a produção do fruto atingiu 2.700 toneladas. Com o fim dos ciclos produtivos da planta, essa quantidade gera um número igualmente relevante de resíduos, fator que motivou a investigação sobre a possibilidade de usar esses restos para a geração de bioenergia. Luciano Dias, que liderou a pesquisa, afirmou que o estudo é um importante indicativo para levar a sociedade a pensar de maneira mais consciente, estendendo o tempo de vida útil dos recursos naturais.
Os pesquisadores produziram quatro tipos de briquete: dois compostos utilizando inteiramente o resíduo do tronco da laranjeira e os outros dois com a adição de 10% da casca do tronco. Foram utilizadas duas pressões de compactação, 10 e 12 MPa, totalizando os quatro tipos de briquetes.
Durante os testes, a composição com 100% do tronco e pressão de 10 MPa obteve o melhor desempenho em relação aos outros tipos, por ter uma queima mais lenta durante o ensaio de combustão, fator que é desejável e que resultou em um maior índice de combustão neste compactado. As análises químicas e físicas mostraram resultados semelhantes ao eucalipto, que é a principal biomassa utilizada para o aproveitamento energético.
A conclusão dos testes mostrou um caminho para a implementação da biomassa da laranjeira como fonte de energia de forma parcial para atender as demandas em alguns setores dos centros urbanos, mas, segundo Luciano Dias, isso não será fácil: “Estamos acostumados ao uso do gás de cozinha para preparação dos alimentos e da energia elétrica para iluminar as nossas casas, ou seja, nosso cotidiano não tem a presença da biomassa como opção energética e isto está atrelado ao desenvolvimento natural de uma sociedade”, explicou o pesquisador.
Para a efetiva implementação da bioenergia, o autor defende a ampliação dos estudos na área para contribuir com essa realidade.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Espírito Santo.
Fonte: Ana Clara Andrade e Thereza Marinho, UFES.
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