Destaque

Pesquisadores registram mais de 17 mil ocorrências de espécies de anfíbios no Pantanal e entorno

Fonte

UFMS | Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Data

segunda-feira, 28 setembro 2020 09:35

No momento em que o Pantanal precisa de mais conservação e estudos, acaba de ser publicado na revista científica Nature Conservation um estudo sobre o “Conjunto de dados de ocorrências e características ecológicas dos anfíbios na Bacia do Alto Paraguai, no centro da América do Sul”.

O trabalho é assinado pelo doutorando Matheus de Oliveira Neves, do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), com orientação do professor Dr. Diego José Santana (Inbio), e tem a participação de outros pesquisadores da UFMS e outras instituições.

A pesquisa alcança a Bacia do Alto Paraguai, onde nasce o Rio Paraguai, e engloba o Pantanal (ao centro) e os planaltos de entorno, como a Chapada dos Guimarães e Serra da Bodoquena.

“Cada vez mais vem sendo estimulado divulgarmos os dados de coleta e uma das maneiras é publicar data papers, como esse que traz o registro de mais de 17 mil registros de ocorrências das espécies do Pantanal e dos Planaltos de entorno, assim como 30 características ecológicas para cada uma das 113 espécies que ocorrem na região”, explicou Matheus.

De acordo com o pesquisador, os dados de distribuição muitas vezes estão espalhados pela Literatura e existem muitas áreas em que falta amostragem, o que os prejudica saber qual a real distribuição das espécies, como também pode causar ruídos em análises biogeográficas.

“Para compilar os dados eu visitei várias coleções científicas, tanto nacionais como regionais aqui no Brasil, como também na Bolívia e no Paraguai, porque a bacia engloba esses três países e também utilizamos dados de Literatura. Esses dados no artigo estão distribuídos em duas tabelas de dados: a primeira traz informações sobre ocorrência das espécies, retirados das coleções científicas, e a segunda traz os dados de características ecológicas”, disse o doutorando.

O primeiro conjunto de dados inclui os registros de ocorrência de espécies e informa a identificação do espécime, coleção de habitação, localidade, coordenadas geográficas, precisão geográfica, data de coleta e nome do coletor.

Já o segundo conjunto cobre atributos de nível de espécie em morfometria (as medidas), dieta, atividade, habitat e estratégia de reprodução.

De acordo com os pesquisadores, esses conjuntos de dados melhoram a acessibilidade a dados espaciais e de características para espécies de anfíbios no Ecorregião do Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do Planeta.

Matheus explica que o estudo aponta que há duas espécies ameaçadas nessa região, sendo que a maioria das espécies são de pequeno porte, frequentam áreas abertas, são aquáticas, são espécies que se reproduzem na estação chuvosa, noturnas, de desenvolvimento indireto, de águas lênticas (açudes, lagoas, áreas alagadas do Pantanal) e com a deposição dos ovos diretamente na água.

“Esses dados podem ser utilizados tanto para trabalhos básicos de levantamento, ou se alguém estiver trabalhando em alguma região ou com uma espécie específica dentro da bacia do Alto Paraguai, como também serve para chamar mais trabalhos biogeográficos para a região do Pantanal e seus planaltos de entorno, principalmente agora que o Pantanal está precisando de mais pesquisa e mais incentivo à conservação”, destacou Matheus.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFMS.

Fonte: Paula Pimenta, UFMS.

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