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Pesquisadores da UFSC identificam nova espécie de fungo na Serra Catarinense
Um fungo de um azul reluzente se destaca na paisagem da Serra de Urubici, em Santa Catarina: é o Microglossum azeurum, uma espécie recentemente descoberta e registrada por Luís Funez, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas (PPGFAP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A espécie foi encontrada em meio às matas nebulares e pertence a um gênero que ocorre muito pouco no Brasil. A partir desse trabalho, que ocorreu no contexto da Pesquisa Ecológica de Longa Duração que estuda a biodiversidade do estado de Santa Catarina e do Mind Funga, outras três novas espécies desse fungo foram localizadas espalhadas pelo país.
Isso ocorreu porque, assim que viu que tinha uma amostra da espécie nova, o pesquisador procurou fóruns e comunidades de discussão de fungos para identificar pessoas que tivessem achado espécies de Microglossum. Em uma comunidade de discussão no Facebook, ele encontrou dois colegas que haviam se deparado com esse tipo de fungo. “Entrei em contato, pedi que me enviassem as amostras pelo correio e me enviaram. Assim, consegui, além do meu material, mais duas espécies novas”, disse Luis Funez.
A descoberta da espécie ocorreu durante uma atividade de levantamento da diversidade de macrofungos nas áreas que compunham o experimento, na Serra catarinense. “Eram feitas visitas regulares a cada uma dessas áreas, e os fungos que cresciam lá eram fotografados, coletados e desidratados para que os estudos da sua morfologia e material genético pudessem posteriormente acontecer”, comentou.
“Encontrar um Microglossum é quase um delírio, um unicórnio fúngico. Eles são pequenos, coloridos e aparecem em lugares imprevisíveis em longos intervalos de tempo. Alguns autores descrevem 12-15 anos, outros descrevem mais de 50 ou 60 anos! Ou seja, talvez tenha sido a primeira e última vez que eu me deparei com uma maravilha dessas. Fico extremamente feliz por ter tido esse momento e poder ter trazido isso à luz da ciência”, explicou Luiz Funez.
O conhecimento empírico dos grupos de fungos que eram encontrados na região permitiu que ele percebesse que estava diante de algo diferente. “Quando encontramos algum fungo que seja muito diferente, como foi o caso do Microglossum azureum, já suspeitamos ser algo diferente ou novo, mas a certeza só vem após as análises”, disse o pesquisador.
A morfologia completa dos fungos, de acordo com o pesquisador, pode ser acessada com auxílio de um microscópio. Além disso, as análises genéticas são fundamentais para a identificação de fungos, que representam um dos mais diversos grupos de organismos do planeta. “As espécies são muito parecidas entre si e se conhece relativamente pouco sobre eles”, concluiu.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
Fonte: UFSC.
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